A jovem russa é acusada de se infiltrar em grupos políticos e lobistas norte-americanos para defender interesses russos. As autoridades federais decidiram prendê-la, quando Butina se preparava para sair de Washington.
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Sexo, armas e espionagem são as palavras que melhor resumem a história de Maria Butina. A mulher russa de 29 anos foi detida, este fim de semana, nos Estados Unidos da América por suspeitas de espionagem e tentativa de influência de grupos políticos e lobistas americanos em favor dos interesses russos.
As primeiras suspeitas levantaram-se quando Butina se mudou para os EUA, em 2016, com visto de estudante, de acordo com o The Washington Post. No entanto, o FBI decidiu não a confrontar na altura e optou por seguir as movimentações da jovem para perceber com quem se encontrava e o que pretendia fazer no país.
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Quando, no domingo, chegaram informações de que Butina poderia sair de Washington para Dakota do Sul, onde monitorizar os passos da jovem seria mais difícil, as autoridades federais decidiram prendê-la por risco de fuga.
Mas quem é Maria Butina? Nas redes sociais, a própria descreve-se como uma ativista pró-armas, fundadora do movimento ""The Right to Bear Arms". Daí que se aponte como o grande objetivo da alegada espiã a tentativa de infiltrar-se na "National Rifle Association" (NRA), uma força política conhecida por fazer lobby na aprovação de legislação a favor do porte de armas.
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Na imagem acima, publicada no Instagram de Maria Butina, é possível ver a mulher russa junto de Alexander Torshin um alto funcionário do banco central russo, associado de longa data da NRA que é apontado como sendo o seu mentor. Mas a ligação de Butina a figuras políticas importantes não fica por aqui.
A acusada terá tido uma relação íntima com Paul Erickson, um advogado conservador americano que esteve envolvido em várias campanhas presidenciais republicanas. De acordo com os procuradores citados pela CNN, Butina já se tinha queixado da convivência com Erickson e encarava-o apenas como um "aspeto necessário para as suas atividades".
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A mesma fonte avança que, a certa altura, Butina ofereceu sexo a outra pessoa "em troca de uma posição dentro de uma organização de interesse especial".
Foi durante o Festival da Liberdade, em 2015, que Donald Trump e Butina trocaram algumas palavras. A jovem dirigiu-se àquele que na altura era ainda candidato a presidente dos Estados Unidos da América para perguntar o que pretendia fazer em relação à Rússia. Trump respondeu-lhe: "Acredito que me vou dar muito bem com Putin."
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A detenção de Butina aconteceu precisamente no dia anterior ao encontro que marcou o início desta semana entre Donald Trump e o presidente russo.
Entretanto, a embaixada russa nos Estados Unidos da América já manifestou o apoio a Maria Butina e anunciou que se iria encontrar com a jovem, esta quinta-feira. Butina nega todas as acusações de que é alvo.