"Silêncio ensurdecedor e inaceitável." BE quer que Europa condene Israel por "raptar" ativistas em veleiro humanitário
Ouvida pela TSF, a eurodeputada Catarina Martins lamenta que Israel faça o que quer, sem qualquer respeito pelo direito internacional
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A eurodeputada Catarina Martins repudiou esta segunda-feira o “silêncio ensurdecedor” e “inaceitável” das autoridades europeias, depois das forças israelitas terem intercetado o barco humanitário que estava a chegar à Faixa de Gaza. Os bloquistas pedem respeito pelo direito internacional e que o Governo atue “imediatamente”.
Em declarações à TSF, a eurodeputada adianta que, neste momento, não há qualquer contacto com as pessoas que estão no navio e assume: “Estamos muito preocupados.” “É um rapto”, acrescenta.
Para Catarina Martins, “Israel não podia ter sequer parado o barco como parou” e há “um silêncio ensurdecedor e cúmplice das autoridades europeias, absolutamente inaceitável”.
O problema é que Israel não pode fazer isto. Israel pode fazer o que quer? Não há direito internacional? Neste momento, todos os governos europeus deviam estar a pedir contas a Israel pelo que fez. A Comissão Europeia deve agir rapidamente.
Também a coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, defendeu esta segunda-feira que o governo português deve condenar Israel por impedir a entrada na faixa de Gaza de um veleiro que contém ajuda humanitária.
Mortágua salienta que está em causa o “apoio ao povo de Gaza e a segurança dos ativistas”, nos quais se inclui a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada Rima Hassan.
“O governo português deve condenar imediatamente a atuação de Israel”, lê-se na publicação.
No domingo, o governo de Israel ordenou ao seu exército que impeça o navio de ajuda humanitária que se encontra a caminho de Gaza de chegar à devastada capital do enclave palestiniano.
A ordem foi dada pelo ministro da Defesa israelita, Israel Katz, que alertou a ativista sueca e a restante tripulação do veleiro ‘Madleen’, o navio da Flotilha da Liberdade a caminho de Gaza para entregar ajuda humanitária, para que regressem, pois não conseguirão chegar ao enclave.
"Ordenei às FDI [Forças de Defesa de Israel] que atuem para impedir que o veleiro Madleen chegue a Gaza. À antissemita Greta e seus amigos, digo claramente: regressem, pois não chegarão a Gaza", disse Katz, em declarações divulgadas pelo seu gabinete.
Katz acrescentou que Israel não permitirá que ninguém rompa o bloqueio naval ao território palestiniano, que, segundo alega, visa impedir o Hamas de importar armas.
O veleiro chegou na manhã de domingo à costa egípcia e prosseguiu viagem com destino à Faixa de Gaza, indicaram os organizadores da campanha em comunicado.
A embarcação, com bandeira britânica e integrada na coligação Frota da Liberdade, partiu há precisamente uma semana da Sicília (Itália) com destino a Gaza, com o objetivo de “entregar ajuda humanitária, romper o bloqueio israelita e dar visibilidade ao sofrimento contínuo no enclave palestiniano”.