Uma localidade catalã aprovou, esta noite, em referendo a instalação de plantações de marijuana como forma de combater a divida da autarquia. O "sim" teve 56 por cento mas ficou aquém do resultado que era exigido pelo alcaide para avançar com a medida.
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Bernat Pellisa tinha fixado um mínimo de 75 por cento de votos favoráveis para que o projeto avançasse. Caso essa marca não fosse atingida, o alcaide prometia demitir-se.
Mas conhecidos os resultados, Pellisa disse, em declarações aos órgãos de comunicação, que é prematuro tomar uma decisão quanto ao projeto, sendo mais assertivo quanto à demissão: «Não vai sair».
555 habitantes, o que significa uma taxa de participação de 68 por cento, votaram no referendo. Desses 56,3 por cento colocaram a cruz no "sim" à pergunta "Está de acordo com o desenvolvimento do plano anti-crise 2012 aprovado pela autarquia de Rasquera na sessão plenária de 29 de Fevereiro?".
O que ficou aprovado nesse dia, apesar de não estar explícito na pergunta, foi um plano que prevê o aluguer de terrenos públicos a uma entidade catalã para a plantação de cannabis.
Em troca, a autarquia receberá da Associação Barcelona Cannábica de Autoconsumo 1,3 milhões de euros, sendo que o projeto criará 40 postos de trabalho.
A oposição, com os conservadores nacionalistas do CiU à cabeça, considerou a proposta irresponsável. Já um dirigente da mesma força política denunciou irregularidades nos últimos dias, nomeadamente o aumento anormal de pessoas inscritas para votar.
Bernart Pellisa, o alcaide de Rasquera, recusou entretanto essas acusações, considerando que tudo decorreu de forma normal. Resta saber em que pé fica afinal a possível plantação de marijuana.
A Associação Barcelona Cannábica de Autoconsumo é uma entidade sem fins lucrativos que junta consumidores de cannabis para fins lúdicos e terapêuticos e que conta com cinco mil sócios.