As forças de segurança sírias mataram, esta sexta-feira, a tiro 17 civis durante manifestações contra o regime que juntaram mais de um milhão de pessoas em várias cidades do país.
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«Mais de um milhão de pessoas manifestaram-se hoje em Hama (centro) e Deir Ezzor (leste). Trata-se de um desenvolvimento importante e de uma mensagem às autoridades de que as manifestações aumentam» em todo o país, segundo Rami Abdel Rahmane, do Observatório Sírio dos Direito Humanos.
Situada 210 quilómetros a norte de Damasco, Hama é uma cidade simbólica na Síria devido à violenta repressão de 1982, quando as forças do regime de Hafez al-Assad, pai do actual presidente, Bachar al-Assad, esmagaram uma revolta da Irmandade Muçulmana, movimento proibido, com um balanço de 20 mil mortos.
No actual movimento de contestação ao regime de Bachar al-Assad, Hama, cidade de 800 mil habitantes, foi palco nas últimas semanas de duas grandes manifestações com centenas de milhares de pessoas.
Segundo Abdel Karim Rihaoui, da Liga Síria dos direitos Humanos, 17 pessoas foram mortas hoje, nove delas em Damasco, quando as forças de segurança dispararam para tentar dispersar os protestos.
«Nove pessoas foram mortas em Damasco, seis em Qabun (um bairro da capital) e três em Rukn Eddin (outro bairro). Outras três pessoas foram mortas em Idleb (noroeste), duas em Deraa e três em Duma, perto de Damasco», disse.
Segundo este militante, pelo menos 40 pessoas foram feridas.