A responsável humanitária das Nações Unidas afirmou que a situação na Síria está cada vez mais instável e que cerca de 2,5 milhões de sírios poderão estar a viver uma situação de carência.
Corpo do artigo
«No final de março, um milhão de pessoas tinham necessidade de ajuda, segundo as nossas estimativas», disse Valerie Amos à BBC, no final de contactos em Damasco, adiantando que os dados disponíveis apontam agora para 2,5 milhões de pessoas.
Este total inclui milhares de pessoas refugiadas em escolas, edifícios públicos e casas particulares, de acordo com agentes humanitários.
«Visitei diversas escolas aqui em Damasco que acolhem deslocados. Vários deles perderam as suas casas», referiu Amos, esclarecendo que não está prevista qualquer solução para que a distribuição de ajuda possa ser retomada em setembro.
As agências da ONU na Síria e os seus parceiros locais não podem resolver sozinhos a questão humanitária na Síria, disse Amos, reclamando um melhor acesso, no país, para os trabalhadores e organizações humanitárias.
«O governo está muito preocupado quanto a um possível apoio das ONG ao que classifica como grupos rebeldes. O meu trabalho é tentar persuadi-lo de que não é esse o caso e que o nosso trabalho é ajudar os sírios comuns», explicou.
Amos, que se desloca na quinta-feira ao Líbano, também exortou o governo e os rebeldes a porem termo ao conflito na Síria e a permitirem a livre circulação do pessoal humanitário.
«Devemos poder ter acesso a todas as pessoas, estejam elas onde estiverem», insistiu.
Além dos deslocados no interior do país, os números das Nações Unidas indicam que pelo menos 157.600 pessoas fugiram da Síria com destino ao Líbano, Jordânia, Turquia e Iraque, enquanto nas zonas de confronto na Síria muitos têm falta de alimentos, eletricidade e material médico.