O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos lamentou, esta quarta-feira, que a comunidade internacional continue a olhar para o lado perante a situação na Síria.
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O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos estima que 3500 pessoas tenham morrido em nome da liberdade na Síria.
Em declarações à TSF, o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos disse que «a grande maioria são vitimas civis, mas também alguns dissidentes do exército».
Rupert Colville disse que, há cerca de um mês, quando o número de vítimas era de perto de 3000 pessoas, «200 eram crianças».
A violência está concentrada na cidade de Homs, mas Rupert Colville afirmou que a mão pesada do regime de Bashar Al-Assad sente-se por todo o lado.
«Periodicamente há relatos de outras cidades onde as pessoas protestam e são também reprimidas. Praticamente todos os dias alguém morre, mas só nos últimos dias mais de 600 pessoas morreram», alertou.
O caminho para a paz é incerto, mas o mesmo porta-voz tem uma certeza: é preciso travar a violência.
«O mais importante neste momento é parar com as mortes, com a tortura e com as detenções de milhares de pessoas», defendeu, considerando «deplorável» o que se tem passado nos últimos oito meses no país.
«Vai continuar a fazer danos e assim será difícil chegar à paz», opinou.
O porta-voz considerou que a comunidade internacional tem-se envolvido pouco, ao contrário do que aconteceu na Líbia.
«Os parceiros mais fortes do Conselho de Segurança [da ONU] ainda não chegaram a acordo sobre a forma de proceder (...) A União Europeia adoptou sanções, mas o povo sírio não entende porque não faz mais», disse.
Rupert Colville acrescentou não ter dúvidas de que a Liga Árabe «é um elemento crucial» nesta questão. «A sua voz terá impacto e o facto de se reunirem frequentemente para discutir a situação mostra que há empenho, mas temos de esperar», acrescentou.
A próxima reunião da Liga Árabe acontece este fim-de-semana. O porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos tem esperança no futuro.
Rupert Colville justificou que a história está recheada de conflitos e que todos acabaram um dia. A Síria, acredita, não será excepção.