Rebeldes sírios fizeram hoje explodir um dos principais hotéis da cidade de Alepo (norte da Síria), provocando vários mortos entre os soldados que ocupavam o edifício desde o início da guerra civil, relataram várias fontes locais.
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O atentado foi reivindicado pela Frente Islâmica, principal coligação da oposição islamita, que combate o regime do Presidente sírio Bashar Al-Assad, que avançou que pelo menos 50 soldados do regime de Damasco morreram no atentado contra o hotel Carlton, localizado no centro histórico da cidade de Alepo.
Por seu lado, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou que o ataque fez pelo menos 14 mortos e vários feridos entre os soldados e os elementos das milícias pró-regime sírio que ocupavam o edifício.
A organização não-governamental, com sede em Londres, indicou que o edifício do hotel ficou totalmente destruído com a explosão.
As autoridades sírias só confirmaram, até ao momento, que ocorreu uma «enorme explosão terrorista», sem especificar um número de vítimas.
A agência noticiosa oficial síria Sana sublinhou que o atentado provocou grandes danos em sítios históricos da cidade.
Uma fonte da Frente Islâmica em Alepo, que preferiu o anonimato, disse à agência espanhola EFE que os rebeldes colocaram 30 toneladas de explosivos num túnel que foi escavado debaixo do edifício do hotel.
A fonte precisou que o túnel, com 80 metros de comprimento, foi escavado pelos rebeldes com ferramentas muito rudimentares, motivo pelo qual os trabalhos demoraram vários dias.
Não é a primeira vez que este hotel é alvo de um ataque. Em fevereiro passado, um outro atentado com explosivos matou cinco soldados do regime sírio.
O hotel Carlton, que está em pleno centro de Alepo e muito próximo da cidadela histórica, abriu pouco antes do início da insurreição contra Damasco em março de 2011, num edifício renovado de um antigo hospital do século XIX.
Este hotel chegou a ser um dos estabelecimentos mais requintados de Alepo, ex-capital económica da Síria, antes de ter sido atingido pelos combates de 2012.
Em junho de 2013, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) colocou na lista de património mundial em perigo seis locais históricos sírios ameaçados pelos combates, destacando em particular, a cidade velha de Alepo.
O conflito na Síria já fez mais de 150.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde março de 2011.