O secretário-geral das Nações Unidas apelou esta manhã, na Suiça, a um entendimento e uma solução política que permita reestabelecer a paz na Síria. Já o secretário de Estado dos Estados Unidos defendeu um governo de transição sem o atual presidente sírio.
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No discurso de abertura da conferência de paz para a Síria, Ban Ki-moon recordou os milhares de vítimas da guerra civil e defendeu que é necessário traçar um novo futuro para a Síria.
O secretário-geral das Nações Unidas sublinhou que só a realização deste encontro em Montreaux, na Suiça, já significou um grande desafio e aproveitou a ocasião para pedir o acesso imediato às zonas mais atingidas para fazer chegar ajuda humanitária ao povo sírio.
Por seu lado, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, disse hoje que o presidente sírio Bashar al-Assad não vai participar num governo de transição na Síria, que «não pode ser formado por alguém que é contestado por um dos lados».
«Isso significa que Bashar al-Assad não fará parte desse governo de transição. Não há nenhuma maneira, não é possível imaginar, que o homem que liderou esta resposta brutal contra seu próprio povo possa recuperar a legitimidade para governar», disse.
Kerry considerou ainda que a negociação de paz entre representantes do regime sírio e da oposição vai ser «dura e complicada».
Já o chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, apelou para que «atores externos» não de intrometam no que chamou de «assuntos internos» da Síria, enquanto o ministro sírio Walid al-Moualem disse que o país vai fazer o que for necessário para se defender.
Moualem pediu ainda mais tempo para falar e contar a «versão síria» dos factos, acrescentando que ninguém pode contestar a legitimidade do governo de Assad, a não ser o próprio povo sírio.
No discurso, o ministro sírio dos negócios estrangeiros classificou a oposição de «traidores e agentes de soldados inimigos» e apelou à comunidade internacional para que deixe de enviar armas e apoiar o terrorismo na Síria.