Síria: Kofi Annan pede medidas «corajosas» ao Presidente sírio após massacre de Houla
O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, que se reuniu hoje em Damasco com o Presidente sírio, Bashar al-Assad, pediu ao regime medidas «corajosas» para acabar com a violência no país.
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Kofi Annan «transmitiu de forma sincera a Bashar al-Assad que é sua convicção que o plano [de paz] composto por seis pontos só poderá ser bem sucedido se forem tomadas medidas corajosas para acabar com a violência e para libertar os prisioneiros», relatou o porta-voz do enviado, Ahmad Fawzi.
O encontro entre Annan e Assad ocorreu poucos dias depois do massacre na cidade de Houla (região centro da Síria), acontecimento que chocou a comunidade internacional e que provocou uma ação diplomática concertada.
Vários países europeus (Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Itália e Holanda), mas também o Canadá, a Austrália e os Estados Unidos, anunciaram hoje a expulsão de diplomatas sírios, em sinal de protesto contra o massacre de Houla.
A maioria das 108 vítimas do massacre foi executada, segundo os primeiros resultados de um inquérito da ONU. Damasco já negou o envolvimento das suas forças.
Em declarações hoje divulgadas pela televisão estatal síria, Bashar al-Assad afirmou que o sucesso do plano de paz do enviado especial depende do "fim do terrorismo".
«O sucesso do plano depende do fim do terrorismo, daqueles que o apoiam e da cessação do contrabando de armas», disse Assad a Kofi Annan durante o encontro, citou ainda a estação pública.
Esta é a segunda visita de Annan à Síria desde o início da sua missão, há três meses.
O plano de paz apresentado por Annan tem por base um cessar-fogo, iniciado a 12 de abril, que tem sido violado regularmente, apesar do destacamento na Síria de uma missão de observadores da ONU.
De acordo com os últimos dados da ONU, desde o início da revolta popular na Síria, em março de 2011, morreram mais de 10.000 pessoas devido à violência e 230.000 estão deslocadas.
No passado domingo, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos indicou que o número total de vítimas mortais ascende, até à data, os 13 mil.