O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, afirmou hoje ter pedido à ONU para agir de forma a assegurar a proteção do povo sírio face à sangrenta repressão da revolta contra o presidente Bashar al-Assad.
Corpo do artigo
«Enviei uma carta ao Conselho de Segurança da ONU a pedir-lhe que empreenda todas as disposições necessárias para proteger o povo sírio», disse Arabi à AFP, pouco antes do início de uma reunião ministerial árabe sobre a crise síria.
Questionado sobre se a carta visa pedir uma ação militar contra o regime de Assad, o responsável respondeu: «Não evoquei uma intervenção militar».
Numa entrevista publicada na sexta-feira pelo diário saudita Asharq Al-Awsat, Arabi tinha dito que a comunidade internacional não se inclina para uma intervenção militar na Síria.
«Atualmente, não há qualquer intenção de intervir militarmente» na Síria, disse.
Perante a escalada de violência na Síria, sobretudo após o massacre de Houla na semana passada, no qual morreram 108 pessoas, incluindo 49 crianças, teme-se uma guerra civil generalizada.
O presidente demissionário do Conselho Nacional Sírio, Burhan Ghaliun, disse que se espera que os países árabes "elevem o tom" contra o regime de Damasco.
«O regime continua a bombardear cidades e bairros. Não retirou um único tanque» dos centros urbanos, como exigia o plano do emissário internacional para a Síria Kofi Annan, acrescentou o ainda líder da principal coligação da oposição.
Ghaliun desejou «a entrada em funcionamento de uma força árabe de dissuasão» na Síria.
Kofi Annan, cujo plano de saída da crise continua a não ser aplicado no terreno, deverá assistir hoje à reunião do comité ministerial árabe.
Presidido pelo Qatar, o comité junta a Arábia Saudita, Oman, o Egito, o Sudão, a Argélia, o Iraque e o Kuwait.