A violência na Síria provocou mais de 45 mil mortos, informou hoje o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Mas os números podem chegar aos 100 mil mortos.
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A contestação ao regime do presidente Bashar al-Assad começou há 21 meses.
Pelo menos 31.544 civis morreram desde 15 de março de 2011, precisou a organização não-governamental, que contabiliza como civis os rebeldes que lutam contra as forças do regime.
«Milhares de pessoas contabilizadas como civis são rebeldes», estimou o diretor do Observatório, Rami Abdel Rahmane.
O número de mortes entre os soldados eleva-se a 11.217, e entre os desertores do regime de Assad a 1.511, precisou a organização, que tem sede em Londres e recolhe informação através de uma rede de militantes e fontes médicas nos hospitais civis e militares na Síria.
«A estes juntam-se outras 776 pessoas mortas cuja identidade não é conhecida», disse Abdel Rahmane, que estima o número de mortos em 45.048.
O balanço exclui igualmente os milhares de pessoas de pessoas desaparecidas nas cadeias nem a maioria dos mortos entre as milícias pró-regime (shabbihas).
«Por outro lado, nem os rebeldes, nem as forças armadas revelam o número exato de pessoas mortas nos ataques para não afetar a moral das tropas", explicou.
Os números do OSDH também não contabilizam os combatentes estrangeiros cuja morte foi anunciada no país.
Totalizando todas estas categorias, o número de mortos poderá ultrapassar os 100 mil, adiantou Abdel Rahmane.
A repressão do regime sírio ao movimento de contestação popular na Síria, iniciado em março de 2011, degenerou numa guerra civil cujos combates causam diariamente dezenas de mortos.
A comunidade internacional permanece dividida quanto à solução para o conflito sírio, com Moscovo e Pequim, aliados do regime de Damasco, a bloquearem nas Nações Unidas qualquer resolução de condenação do regime de Assad.