Síria: Parlamento turco reunido para autorizar exército a conduzir operações em território sírio
O parlamento turco reuniu-se hoje de urgência para autorizar formalmente o exército a conduzir operações em território sírio, um dia depois de quatro civis turcos terem morrido em Akçakale devido um grave incidente de fronteira.
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Os deputados turcos devem debater um texto proposto pelo governo islâmico-conservador que estipula que "se necessário" o executivo será mandatado para ordenar operações armadas na Síria porque "as atividades hostis visando o território turco estão a ponto de se tornarem num ataque militar (...) e por isso podem ameaçar a segurança nacional".
Esta autorização parlamentar é válida durante um ano.
Apesar de dois partidos da oposição, incluindo a principal força que é o Partido Republicano do Povo, terem anunciado que votariam contra, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder, dirigido pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, dispõe de uma nítida maioria na Assembleia Nacional e o texto deverá ser votado sem problemas.
A Constituição turca prevê que qualquer operação militar externa deve ser autorizada previamente pelo Parlamento.
As tensões entre as vizinhas Síria e Turquia registaram um brusco agravamento na quarta-feira à noite depois de vários morteiros terem atingido a localidade turca de Akçakale, próxima do posto fronteiriço sírio de Tal al-Abyad, recentemente palco de combates entre as tropas fiéis ao presidente sírio Bashar al-Assad e os rebeldes do Exército Sírio Livre.
Como represália, a artilharia turca bombardeou alvos sírios, tendo provocado a morte de vários membros do exército, segundo uma ONG síria.