O plano russo para controlo do armamento químico da Síria já foi entregue aos EUA. O documento contempla quatro etapas e tem como objectivo evitar uma intervenção militar norte-americana.
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O plano de controlo das armas químicas na Síria entregue pela Rússia aos EUA prevê quatro etapas, sendo a primeira a adesão de Damasco à Organização para a Proibição de Armas Químicas, noticia hoje o jornal russo Kommersant.
O plano, anunciado em Moscovo esta semana, visa travar uma intervenção militar dos Estados Unidos em resposta ao ataque com armas químicas, ocorrido nos arredores de Damasco a 21 de agosto, cuja autoria Washington e o Ocidente atribuem ao regime de Bashar al-Assad.
Revelando detalhes sobre a iniciativa russa, o Kommersant diz que foi entregue ao lado norte-americano na terça-feira, apesar de a Rússia apenas ter divulgado ao final do dia de quarta-feira que o plano tinha sido transmitido.
Falando na capital do Cazaquistão, Astana, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, não facultou detalhes sobre a proposta, mas apontou que iria funcionar "no entendimento de que" iria permitir que a força não fosse usada.
Como primeiro passo, Damasco deverá aderir à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW, na sigla em inglês), refere o Kommersant, citando fonte diplomática russa.
Depois, ao abrigo do plano citado pelo jornal, a Síria terá de declarar a localização dos seus arsenais de armas químicas e onde são produzidas, sendo o terceiro passo permitir a entrada de inspetores da OPCW para que sejam examinados.
A quarta e última fase do plano de Moscovo vai ser decidir, em cooperação com os inspetores, como destruir as armas, segundo o jornal russo, citado pela agência AFP.
O Kommersant, conhecido pelas suas fortes fontes diplomáticas, escreve que falta ainda decidir quem irá destruir - fisicamente - as armas, não estando excluída a hipótese de os Estados Unidos e a Rússia o fazerem em conjunto.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, vão reunir-se hoje em Genebra para discutir o plano apresentado por Moscovo.
O chefe da diplomacia russa disse, numa visita à capital do Cazaquistão, Astana, antes de partir para Genebra, que tanto Estados Unidos como Rússia iriam levar especialistas em armas químicas para as conversações.