Bashar al-Assad, no poder desde 2000, anunciou formalmente a sua candidatura às eleições presidenciais de 3 de junho que vão acontecer apenas nas regiões do país controladas pelo poder de Damasco.
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Bashar al-Assad trata de recordar que estas são as primeiras eleições da história moderna do país e pede a todos que não usem armas se quiserem festejar. Nada de disparos para o ar.
Há sete candidatos a estas eleições que não permitem a entrada da oposição num país arrasado por uma guerra civil que se prolonga há três anos.
Na Síria morrem diariamente pessoas com fome. O país está dividido entre áreas controladas pelos rebeldes e pelas forças do regime. A guerra e a seca arruinaram as culturas impedindo o acesso a uma fonte de alimentos e dificilmente a ajuda humanitária chega aos milhares que precisam desesperadamente de auxílio.
Em fevereiro as Nações Unidas fizeram um apelo para que a comida e os medicamentos possam ser distríbuidos nas zonas cercadas. Há mesmo uma resolução do Conselho de Segurança nesse sentido, mas Damasco tem dificultado a tarefa.
A organização não governamental Human Rights Watch acusa o regime de Bashar al-Assad de fazer chantagem. Se a ajuda for distribuida em áreas rebeldes sem a luz verde de Damasco, o acesso às zonas do regime fica proibido.
Neste momento há, segundo a ONU, quase 250 mil pessoas a viverem em zonas sitiadas, quase 200 mil estão cercadas pelo exército e dessas apenas um pequeno punhado recebeu ajuda.
A Homs e Aleppo esse auxílio chegou nos últimos meses, mas foi insuficiente e em Homs neste momento só há relva para comer.
Também ao campo de refugiados palestiniano perto de Damasco, Yarmouk, chegou alguma comida no início de Abril, mas só nos últimos 30 dias uma centena de pessoas morreu de fome.
A resolução da ONU a exigir o acesso dos trabalhadores humanitários não prevê qualquer sanção para quem não a respeitar. Para isso será necessário um novo texto e o mais certo é ser chumbado pela Rússia, aliada de Bashar al-Assad.