Há registo de 1204 feridos, 721 dos quais em estado grave. O abalo foi sentido em várias zonas de Portugal, desde o Algarve até Lisboa.
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O sismo de magnitude 7.0 na escala de Richter que abalou Marrocos ao final desta sexta-feira fez pelo menos 1037 mortos, segundo o último balanço divulgado pelo Ministério do Interior marroquino. Há ainda registo de 1204 feridos, 721 dos quais em estado grave, disse o ministério num comunicado citado pela agência espanhola EFE.
A província com mais vítimas registadas é Al-Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com mais de metade dos mortos (542), segundo o balanço oficial, citado pela agência francesa AFP.
Segue-se Taroudant (321 mortos), mais a sul, igualmente uma zona rural montanhosa no coração do Alto Atlas.
As regiões de Chichaoua, Ouarzazate, Marraquexe, Azilal, Agadir, Casablanca e Al Youssufia também registaram vítimas mortais.
"As operações de socorro prosseguem e estão a desenrolar-se em boas condições", indicou o Ministério do Interior marroquino.
De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos, o sismo atingiu a magnitude 7,0 na escala de Richter e ocorreu na região de Marraquexe (norte) às 23h11, a uma profundidade de oito quilómetros.
O epicentro foi na localidade de Ighil, situada a cerca de 80 quilómetros a sudoeste de Marraquexe.
Através das redes sociais estão a ser divulgados vídeos de edifícios desabados e danificados, incluindo partes das famosas muralhas vermelhas que cercam a cidade velha da histórica Marraquexe, Património Mundial da UNESCO, onde os habitantes saíram às ruas em pânico.
Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente.
O sismo foi sentido em várias regiões de Portugal, confirmou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Num comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).
Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.
A escala de Mercalli Modificada mede os "graus de intensidade e respetiva descrição".
Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.
O sismo foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén.
De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.
Em 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilómetros a nordeste de Rabat, matando 628 pessoas e causando danos materiais significativos.
