O terramoto atingiu os 8,3 na escala de Richter e motivou alertas de tsunami. A presidente Michelle Bachelet decretou o estado de catástrofe, para facilitar o acesso aos meios de socorro. O último balanço dá conta de um milhão de deslocados.
Corpo do artigo
Um grande sismo, de magnitude 8,3 na escala de Richter, ocorreu na quarta-feira à noite no Chile, tendo sido emitido na altura um alerta de tsunami.
O terramoto ocorreu às 19:54 locais (23:54 em Lisboa) no mar, a 11 quilómetros de profundidade, e teve o epicentro a 71 quilómetros da cidade de Illapel, capital da província Choapa, situada a norte de Santiago do Chile, capital do país.
[youtube:qZk8tXKiOks]
Já esta manhã, as autoridades chilenas levantaram o alerta em todo o território nacional, apesar de ainda se registarem várias réplicas do sismo.
O balanço feito pelas autoridades dá conta de pelo menos dez mortos e a deslocação para zonas seguras de um milhão de pessoas.
O sismo foi sentido em sete regiões do país, incluindo a capital do Chile, com mais de 5 milhões de habitantes, e em algumas áreas dos países vizinhos. Na Argentina foi sentido em Buenos Aires e Córdoba, e no Brasil, em São Paulo.
[youtube:1CFa1oRonp8]
No Pacífico Norte, as autoridades do Havai acionaram a contagem decrescente para um eventual impacto costeiro de um tsunami.
Para ajuda nas operações de socorro, a presidente do chile, Michelle Bachelet declarou o estado de catástrofe nas zonas afectadas pelo sismo.
[twitter:644318384553873409]
Milhares de chilenos vão passar esta noite em zonas elevadas nas suas localidades costeiras à espera que as autoridades cancelem o alerta de tsunami nos mais de 4.000 quilómetros de costa.
Na maioria das localidades costeiras a população deslocou-se para zonas seguras, situadas a mais de 30 metros acima do nível do mar, escreve a agência Efe.
Segundo as autoridades de emergência chilenas, citadas pelas agências noticiosas, na cidade costeira de Coquimbo, no norte do país, foram registadas ondas de 4,5 metros, enquanto em Valparaíso, principal porto do Chile, a ondulação atingiu quase dois metros.
Também na Ilha de Páscoa, situada a 3.700 quilómetros do continente, e no arquipélago Juan Fernández, os habitantes das zonas em risco saíram para pontos mais elevados nas ilhas.
As aulas foram suspensas em oito regiões do país - entre a região de Atacama e Los Lagos, entre as quais se encontra a região metropolitana de Santiago de Chile - que englobam 17,6 milhões de habitantes.
A polícia também procedeu à retirada de prisioneiros de estabelecimentos prisionais em zonas de risco de tsunami nos municípios de Illapel, Arauco, Chañaral e Iquique.
No sul, em Dichato, localidade 70% destruída por um sismo em 2010, as ondas avançaram terra adentro cerca de 30 metros, danificando vários estabelecimentos comerciais na costa.
O terramoto provocou também a interrupção do fornecimento de eletricidade em várias zonas do país, afectando milhares de clientes.
A companhia aérea LAN informo que alguns dos seus voos poderão sofrer atrasos por causa das réplicas do terramoto e anunciou que estão a acompanhar a situação para retomar as suas operações o mais rapidamente possível.
Este é o segundo terramoto mais forte dos últimos 55 últimos no Chile, depois de um sismo de 8,8 registado a 27 de fevereiro de 2010 e seguido de um tsunami que arrasou várias localidades costeiras e insulares do centro e sul do país, ter causado 526 mortos, 800.000 desalojados e prejuízos de 30.000 milhões de dólares.
Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excecional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).
* noticia atualizada às 11:52 com informação sobre o levantamento do alerta de tsunami