A situação de milhões de pessoas afectadas pela grave seca no Corno de África vai deteriorar-se ainda mais, com a ausência de chuvas e colheitas tardias, alertou a UNICEF.
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Nos dois últimos anos, ou não houve chuvas ou estas foram pouco abundantes, situação que obrigou milhares de somalis a deixar o país e afectou milhões de pessoas no Quénia, na Etiópia e Djibuti.
«Vamos provavelmente ter uma verdadeira catástrofe nos próximos meses... Vamos fazer o possível para melhorar a situação», indicou à AFP o director da UNICEF, Anthony Lake, antes de partir para o norte do Quénia, particularmente afectado pela seca.
Para este alto responsável das Nações Unidas, «a situação é muito má» e não haverá «grandes colheitas antes do próximo ano», o que faz com que «os próximos meses sejam muito difíceis».
O chefe da UNICEF vai passar por Turkana, uma das regiões do Quénia mais duramente atingidas.
O Quénia tem actualmente o maior campo de refugiados do mundo, que acolhe centenas de milhares de somalis que fugiram dos conflitos e ao qual chegam todo os dias milhares de outros que fogem da seca.
O campo de Dadaab foi construído em 1991 para receber 90 mil pessoas e actualmente tem mais de 380 mil, 59 mil dos quais vivem no exterior do campo, segundo um porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.
Os países doadores, ocidentais e outros, prometeram milhões de dólares, mas segundo o responsável da ONU, não será o suficiente para cobrir todas as necessidades.
A UNICEF afirmou na semana passada que são precisos 31,8 milhões de dólares (22,48 milhões de euros) para ajudar, nos próximos três meses milhões de mulheres e crianças em risco.
O governo alemão anunciou este sábado uma ajuda urgente de cinco milhões de euros para combater a seca na região.