Situação "frustrante". ONU alerta para suspensão de operações em Gaza por falta de combustível
As Nações Unidas avisaram no domingo que só havia combustível suficiente para continuar a funcionar durante mais três dias.
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A Agência da ONU para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) avisou esta terça-feira que será obrigada a suspender na quarta-feira à noite as operações na Faixa de Gaza por falta de combustível.
"Se não conseguirmos combustível com urgência, seremos obrigados a interromper as nossas operações na Faixa de Gaza a partir de amanhã [quarta-feira] à noite", avisou a agência no X (antigo Twitter), no 18.º dia da guerra entre Israel e o movimento palestiniano Hamas no enclave.
@UNRWA warning: If we do not get fuel urgently, we will be forced to halt our operations in the #GazaStrip as of tomorrow night.
- UNRWA (@UNRWA) October 24, 2023
@UN agency says its #Gaza operation will end tomorrow 'if we don't get fuel'@JulietteTouma @BBCNews https://t.co/JfQLPwmSGb
A porta-voz da UNRWA, Tamara al-Rifai, disse esta terça-feira à BBC que, se a agência não receber combustível nas próximas horas, não poderá trabalhar nem recolher a ajuda que chega através da passagem de Rafah, que foi aberta para a entrada de 20 camiões que transportam material humanitário.
"Precisamos de combustível para as nossas centrais de dessalinização de água, para que as pessoas possam ter acesso a água potável. Os hospitais precisam de combustível para as máquinas, que salvam vidas", disse Al Rifai, descrevendo a situação como "frustrante".
A UNRWA avisou no domingo que só tinha combustível suficiente para continuar a funcionar durante mais três dias. "Sem combustível não haverá água, nem hospitais, nem padarias. Sem combustível, a ajuda não chegará àqueles que dela tanto necessitam", afirmou o comissário geral da UNRWA, Philippe Lazzarini.
A 7 de outubro, as milícias do movimento islâmico Hamas, que governa Gaza desde 2007, entraram em território israelita e lançaram milhares de foguetes. Em reação, Israel lançou uma resposta militar enérgica.
Na terça-feira, as autoridades sanitárias palestinianas afirmaram que 5300 pessoas morreram, 2055 delas crianças, e cerca de 18 mil ficaram feridas nos ataques de retaliação israelitas em Gaza, provocados pela incursão dos militantes do Hamas no Estado judaico.
Por seu lado, o Hamas, movimento islamita que controla Gaza desde 2007 e que a União Europeia (UE) e os Estados Unidos consideram um "grupo terrorista", deu esta terça-feira conta de que morreram quase 5800 palestinianos.
Na Cisjordânia, os confrontos com as forças israelitas e os colonos mataram mais 95 palestinianos, 28 dos quais crianças, nas últimas duas semanas.
Segundo fontes oficiais israelitas, cerca de 1.400 pessoas foram mortas em Israel desde 7 de outubro, a grande maioria na sequência dos ataques do Hamas.