Os deputados da oposição falam em doentes que morreram em hospitais devido à falta de tratamentos, já que os geradores de eletricidade não estarão a funcionar.
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Apoiantes e opositores de Nicolás Maduro continuam a medir forças nas ruas da Venezuela, mas desta vez há novos sinais de fraqueza, numa altura em que Juan Guaidó voltou a convocar uma marcha pela libertação do país.
Parte da Venezuela continua às escuras e a resposta sobre o quando é que termina o apagão continua por responder. Alguns estados estão há quase três dias sem eletricidade e, mesmo na capital, a luz vai e vem, dependendo do dia e do bairro.
Nicolás Maduro já foi à televisão acusar os Estados Unidos de terem feito ataques cibernéticos, o que estará a provocar a falta de eletricidade, mas também dificuldades no abastecimento de água potável à população.
Em algumas zonas do país, a população tem de comprar a água que bebe a camiões cisterna por falhas no abastecimento público.
O aspeto mais delicado são as alegadas mortes nos serviços de saúde pela falta de eletricidade, segundo revela a correspondente da Globo em Caracas. Não há confirmação oficial destas notícias, mas deputados fiéis a Guaidó estão a avançar que há doentes que morreram num hospital do nordeste e também num hospital de Caracas, ao todo cinco adultos e 17 crianças.
Há também relatos não confirmados de um número incerto de vítimas entre pessoas que fazem hemodiálise e que estão por estes dias impedidas de fazer os tratamentos que lhes garantem a sobrevivência. Francisco Valencia, diretor da Codevida, uma associação venezuelana, revelou as informações no Twitter.
A agência espanhola EFE relatou que uma unidade antimotim da Polícia Nacional Bolivariana recorreu ao uso de gás lacrimogéneo para impedir a circulação dos manifestantes.
Os manifestantes recuaram, mas optaram por permanecer nas imediações do local marcado para a realização da concentração.
Momentos antes, a equipa de Juan Guaidó já tinha denunciado que não tinha conseguido autorização para instalar um palanque no local e que as três pessoas que tinham transportado as estruturas tinham sido detidas. Também afirmaram que as próprias estruturas tinham sido confiscadas pelas autoridades.