
Alexander Petrov, who was formally accused of attempting to murder former Russian spy Sergei Skripal and his daughter Yulia in Salisbury, is seen on CCTV at Gatwick Airport on March 2, 2018 in an image handed out by the Metropolitan Police in London, Britain September 5, 2018. Metroplitan Police handout via REUTERS FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. IT IS DISTRIBUTED, EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS
REUTERS
Um dos dois suspeitos de envenenar Serguei Skripal terá ligações às forças militares russas.
O segundo suspeito do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em março, em Salisbury, Inglaterra, é um médico dos Serviços Secretos Militares Russos, anunciou esta segunda-feira o portal de investigação bellingcat.com.
"Nós identificámos 'Alexandre Petrov' como Alexandre Yevgenïevich Michkin, um médico militar que trabalha nos Serviços Secretos Militares Russos (GRU)", precisou o portal Bellingcat, sediado em Leicester, no centro de Inglaterra.
O portal explica que a informação assenta em "várias fontes", entre as quais "testemunhos de pessoas familiarizadas" com o suspeito e cópias de documentos de identidade, nomeadamente o seu passaporte, do qual apresenta uma fotografia.
Segundo o Bellingcat, Alexandre Yevgenïevich Michkin nasceu a 13 de julho de 1979 em Loyga, na Rússia.
Estudou Medicina numa academia militar, antes de ter treino médico na Marinha russa.
Recrutado na época em que estudava pelos GRU, passou a dispor de um cartão de identidade e de um passaporte com o nome Alexandre Petrov.
Foi esse o nome divulgado pela polícia britânica quando apresentou as conclusões da sua investigação sobre os dois homens suspeitos de terem tentado assassinar por envenenamento o ex-espião duplo Serguei Skripal e a sua filha, Yulia, a 04 de março deste ano, com Novitchok, um forte gás neurotóxico criado pelos militares soviéticos.
A polícia sublinhou, na altura, que o nome utilizado era, sem dúvida, falso.
A 26 de setembro, o portal tinha já revelado a identidade de outro suspeito, apresentado pela polícia britânica como Ruslan Boshirov.
"O suspeito é, de facto, o coronel Anatoli Tchepiga, um oficial dos GRU condecorado com altas distinções", afirmou o Bellingcat.
A 12 de setembro, o Presidente russo, Vladimir Putin, declarou que sabia quem eram os dois homens acusados por Londres e assegurou que eles eram "civis", nada tendo feito de "criminoso".
Os dois homens foram em seguida entrevistados pela televisão pública russa RT, dizendo que se deslocaram como turistas a Salisbury, cidade do sudoeste de Inglaterra onde residia o antigo agente duplo envenenado, e desmentindo serem agentes dos GRU.
O Governo britânico acusa os GRU da autoria dessa tentativa de homicídio e emitiu um mandado de captura de dois cidadãos russos suspeitos de a terem perpetrado.
Por sua vez, Moscovo denuncia uma "manipulação da informação" e desmente qualquer envolvimento.
Serguei Skripal, antigo oficial dos GRU, foi condenado em 2006 por "alta traição" após ter sido considerado culpado da venda de informações ao Reino Unido.