A guerra interrompeu-lhe os estudos, mas não foi por isso que perdeu a noção de como é importante a educação e por isso Majad resolveu criar uma organização não governamental que ensina crianças. Ouvido pela TSF, este sírio deu também conta do nível de insanidade a que se chegou nesta guerra: «os snipers abatem crianças só por diversão».
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Apesar de todo o sofrimento, o que chega de Aleppo não são queixas, mas um lamento: o mundo não tem ajudado os sírios da forma que eles precisam.
Desde o início da revolução e mais tarde da guerra civil, Aleppo tem sido a par com Homs um dos símbolos de resistência.
É lá, por entre as ruínas no início do conflito armado, que Majad decidiu criar o Movimento para o Progresso e Prosperidade.
Em vez de se juntar aos rebeldes este jovem, hoje com 27 anos, preferiu fazer frente ao regime de outra forma.
A organização fornece ajuda médica, comida e água e tem ainda cinco escolas frequentadas por 500 alunos, rapazes e raparigas.
Majad diz, no entanto, que a ajuda que lhes chega não é suficiente
Este sírio diz que nesta guerra as responsabilidades têm de ser repartidas e deixa um aviso ao mundo: se não nos ajudarem os nossos bebés podem no futuro tranformar-se em terroristas.
O aviso é de Majad que tenta dar um futuro às crianças que se mantém em Aleppo e nos arredores.
A organização que criou tem a funcionar cinco escolas porque sem ensino oficial era preciso fazer alguma coisa.
Na escola as crianças aprendem várias disciplinas como matemática, geografia ou história, mas os recursos são poucos.
Quando a revolução começou em 2011 Majad estava a estudar e por isso entende a importância da educação e garante que apesar das dificuldades não se pode desistir.
O Movimento para o Progresso e Prosperidade tenta dar a estas crianças um pouco da normalidade que a guerra lhes roubou e espera que a educação que recebem as ajude quando o conflito acabar.
Para além da aprendizagem, a ONG síria dá particular atenção à saúde e tem a funcionar um centro médico, só que os recusos praticamente não existem.
Majad admite que as dificuldades são muitas. A vida complicou-se de uma forma que poucos podem imaginar. As ruas estão repletas de destroços, os combates acontecem a qualquer hora e as bombas não deixam ninguém a salvo.
Parte da cidade está nas mãos dos rebeldes e outra é controlada pelo regime. Para passarem de um lado para o outro há um portão onde todos correm perigo de serem abatidos.
Ouvido pela TSF, Majad deu conta do nível de insanidade a que se chegou nesta guerra: os snipers abatem crianças só por diversão.
Majad diz que vida na cidade está muito dificil e tentou descrever o dia a dia da população: não há electricidade nem água. Quando querem comer a comida não é suficiente porque as produções foram destruídas e as forças do regime atacam os comboios com ajuda humanitária.
Na cidade os dias são dificeis, mas também no campo. Nos arredores de Aleppo há meio milhão de pessoas a sofrer com fome.
Apesar de tudo, este sírio de 27 anos, que está prestes a ser pai, garante que não abandona o país.
Majad vai continuar na Síria para ajudar os que ficaram na província e na cidade de Aleppo, mas para o fazer precisa do apoio do exterior.
Os habitantes de Aleppo precisam de medicamentos roupa e agasalhos.
Endereço para envio de ajuda:
Majad Radwan - Syrian Team for progress and prosperity (Aleppo)
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Gaziantep
Turkey