O editor de política do jornal "O Globo" disse, em declarações à TSF, que só mesmo a entrada de Lula ao lado de Dilma na campanha das eleições presidenciais pode travar a vantagem que Marina Silva consegue mesmo antes de ter anunciado a decisão definitiva.
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Herdeira política de um seringueiro assassinado no Estado do Acre nos anos 80, Marina Silva parte a ganhar em três grupos do eleitorado que lhe deram 19% dos votos nas últimas presidenciais: os ambientalistas, as mulheres e os evangélicos.
Na leitura de Ilimar Franco, editor de política do jornal "O Globo", ser evangélica é até uma vantagem para a candidata do PSB porque pode usar na campanha argumentos que convencem o eleitorado.
«Ser contra o aborto, o casamento gay ou a liberalização do uso da maconha», exemplifica o autor do coluna "Panorama Político", adiantando que «o Brasil não é um país de direita, mas é um país conservador».
O editor de política do jornal lembra que aquela que foi a senadora mais jovem do Brasil é também a favorita de muitos dos que até agora estavam entre os indecisos: «os que já não acreditam nos políticos e militam nas redes sociais».
Vantagens que podem levar Marina Silva a uma segunda volta com Dilma Rousseff. Seria o frente-a-frente, diz o colunista, entre duas mulheres muito diferentes e com conhecidas divergências desde o governo de Lula, de que ambas fizeram parte, sobretudo na área do ambiente.
Para Ilimar Franco, Marina é mais simpática e Dilma tecnicamente mais forte. Na segunda volta, acredita o jornalista, Marina Silva pode surpreender. «É uma possibilidade», assegura.
Para as eleições de Outubro, subsiste essa dúvida, mas há desde já uma certeza: Aécio Neves, candidato do PSDB, tem a vida bem mais dificultada com a entrada na corrida da mulher cuja primeira atividade foi trabalhar nos seringais da Amazónia.