Há ainda 13 pessoas desaparecidas.
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O número de vítimas mortais devido ao desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, no Rio de Janeiro, Brasil, na sexta-feira, subiu para sete e continuam desaparecidas 13 pessoas.
As equipas de resgate conseguiram encontrar 10 sobreviventes.
Já esta madrugada, os bombeiros conseguiram resgatar com vida um menino de 12 anos que estava debaixo dos escombros. Os pais da criança estão entre os desaparecidos.
O subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Gisler, garantiu que os trabalhos de busca e resgate não serão interrompidos enquanto houver desaparecidos.
Nas operações, estão igualmente envolvidas equipas cinotécnicas, além de 'drones', helicópteros e diversos equipamentos especializados.
"Temos militares altamente especializados, que inclusive trabalharam na tragédia de Brumadinho [colapso da barragem]", disse Gisler, citado pela Agência Brasil.
O prefeito de Câmara do Rio de Janeiro, Marcello Crivella, afirmou, no local do acidente, que as duas edificações que desabaram estavam num loteamento irregular.
"A Prefeitura do Rio [de Janeiro] já havia comunicado ao Ministério Público e tentado interditar, mas, infelizmente, uma liminar [decisão] judicial impediu a demolição desses prédios e as obras continuaram", afirmou a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação do Rio de Janeiro.
A mesma entidade esclareceu que pelo menos três outros edifícios serão demolidos na comunidade da Muzema, por não oferecerem condições de segurança.
"Esses prédios não oferecem segurança às pessoas porque foram construídos sem licenciamento. Não há uma anotação de responsabilidade técnica, não há nenhum engenheiro responsável", declarou o secretário municipal de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, durante uma visita ao local do desabamento na tarde de sexta-feira.
Os três edifícios que serão demolidos estão interditos pela Defesa Civil estadual.
A área em que os dois prédios desabaram faz parte de um complexo de comunidades pobres da zona oeste do Rio de Janeiro, que estão sob o controlo de grupos criminosos, liderados por agentes da polícia e militares na ativa ou reformados.
As milícias seriam responsáveis por construções e venda destes imóveis construídos ilegalmente e que já terão cerca de 30 mil habitantes.
Não há explicação oficial para as causas dos desabamentos, mas a região de Jacarepaguá foi uma das mais atingidas pelas fortes chuvas que afetaram o Rio de Janeiro no início da semana, provocando 10 mortos.
Há suspeitas de que as chuvas possam ter causado este novo desastre, já que houve grande concentração de águas e deslocamento de terras na área em que estão os prédios que desabaram.