Um soldado israelita suspeito da morte de duas palestinianas em Gaza em 2009 vai ser condenado a 45 dias de prisão devido a um acordo com a justiça militar, anunciaram hoje os órgãos de informação locais.
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Segundo testemunhas palestinianas, as duas mulheres, mãe e filha, exibiam uma bandeira branca e foram mortas a tiro a 4 de janeiro de 2009 durante uma ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Um tribunal militar israelita decidiu hoje renunciar à acusação de homicídio contra o atirador e condená-lo por ter utilizado ilegalmente a arma de fogo.
«As duas partes concordaram que o soldado passaria a ser acusado de utilização ilegal de arma, após um processo de mediação, o exame das provas e as recomendações do tribunal», referiu um comunicado militar.
Nos termos do compromisso, o soldado deverá passar 45 dias na prisão, de acordo com os media.
A organização israelita de defesa dos direitos humanos B'Tselem já apelou à polícia militar para «reabrir o inquérito» e descobrir o ou os culpados pela morte das duas mulheres.
«Se o tribunal militar aceitou os argumentos dos advogados do soldado alegando que não havia ligação entre os tiros que reconheceu ter disparado e a morte da palestiniana e da filha, isso significa que a investigação não terminou», disse a organização em comunicado.
O caso das duas palestinianas, de 64 e 37 anos, foi mencionado no relatório Goldstone sobre a ofensiva em Gaza que decorreu entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.
Este relatório, feito a pedido das Nações Unidas, acusou Israel e alguns grupos armados palestinianos de «crimes de guerra» durante a ofensiva, que provocou a morte de 1.440 palestinianos, sobretudo civis e de 13 israelitas.