Pelo menos 24 pessoas morreram e mais de uma centena ficaram gravemente feridas no sábado em Bangui, na República Centro-Africana, depois de soldados do Chade terem disparado sobre a população.
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Estes soldados do Chade foram à República Centro-Africana para repatriar os compatriotas que fogem da violência na África central.
«Há já 24 corpos identificados e recolhidos e mais de uma centena de pessoas feridas gravemente» nos distritos do norte de Bangui, disse à imprensa a autarca de Bégoua, uma pequena cidade nos arredores da capital, sublinhando que os números são ainda provisórios.
Em Bégoua e nos bairros de Gobongo e Galabadja, maioritariamente cristãos, continua o trabalho de recolha dos mortos e dos feridos, que «são cada vez mais».
«Estamos impressionados», disse a autarca de Bégoua, Odette Dombolo.
A responsável aproveitou para pedir que tanto as autoridades do país como as organizações humanitárias ajudem a socorrer os feridos.
«As casas foram incendiadas pelos disparos de morteiros. Um poste de energia foi cortado ao meio no bairro de Gobongo, o que mostra que os danos provocados pelas armas foram muito grandes», afirmou.
Um oficial da força da União Africana na República Centro-Africana (MISCA) disse à France Press, sob anonimato, que os soldados do Chade ripostaram depois de terem sido atingidos por uma granada que fez um ferido.
No entanto, segundo um porta-voz das milícias anti-Balaka, maioritariamente cristãos, tratou-se de uma provocação: «Homens, mulheres e crianças foram mortos sem razão, sem que ninguém tivesse atacado os chadianos».