“Soluções equilibradas." Miranda Sarmento promete mais despesa militar e excedente orçamental
Miranda Sarmento afirma Portugal vai apresentar novas metas na reunião de junho da NATO, “compatíveis” com os objetivos nas “restantes áreas de governação”
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O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, garantiu esta sexta-feira, em Varsóvia, que o governo pretende manter “excedentes orçamentais até 2029”, apesar do aumento previsto da despesa em militar e da antecipação de metas sobre gastos com a defesa. Miranda Sarmento assegurou que não haverá défice em nenhum dos anos futuros.
“Haverá superávit em 2025, como haverá em 2026, 2027, 2028 e, agora, olhando ao programa da AD, também em 2029”, afirmou Miranda Sarmento, à margem da reunião informal do Ecofin, sublinhando que o reforço da despesa militar será feito “com responsabilidade orçamental”.
Ainda assim, o ministro reconheceu que a antecipação da meta de 2% do PIB para a defesa, inicialmente prevista para 2029, “representa um desafio acrescido” para as finanças públicas.
“A antecipação torna os exercícios orçamentais ainda mais exigentes”, frisou o ministro, acrescentando que “o Governo terá de encontrar soluções equilibradas entre o Estado Social, as despesas militares e as contas públicas”.
Miranda Sarmento referiu que Portugal estabelecerá novas metas na reunião de junho da NATO, “compatíveis” com os objetivos nas “restantes áreas de governação” e com o equilíbrio orçamental.
Ainda em Varsóvia, o ministro quis frisar que no primeiro ano de legislatura, o Governo superou as metas previstas no programa eleitoral da Aliança Democrática (AD), com um crescimento económico de 1,9% e um saldo orçamental de 0,7%.
“Nós apresentámos um programa eleitoral há um ano e tínhamos no nosso programa eleitoral 1,6% de crescimento económico para 2024, atingimos 1,9%. Tínhamos um superávit orçamental de 0,8%, atingimos 0,7%. Portanto, até agora, neste primeiro ano, nós, do ponto de vista das contas públicas, mais do que cumprimos, superámos aquilo que era o programa eleitoral da AD”, afirmou.
A falar a pouco mais de um mês das eleições legislativas antecipadas, o ministro criticou ainda o Partido Socialista por considerar agora negativos os resultados que anteriormente valorizava como positivos. Nesse sentido, Miranda Sarmento acusa o Partido Socialista de incoerência e de estar em modo de “campanha eleitoral”.
“O Partido Socialista previa 1,5% de crescimento e achava isso bom. 1,9% já acha mal. O Partido Socialista previu um superávit de 0,4% e achava isso bom. Agora 0,7% já é mal. Portanto, eu tomo essas críticas como campanha eleitoral normal”, referiu ainda.
Notícia atualizada às 09h58