Reuters / Pascal Rossignol
"Milhares de pessoas no meio de lama e sem as mínimas condições de dignidade humana" - são palavras de Marisa Matias, que hoje visitou o Campo de Refugiados de Calais, entre França e Inglaterra.
Corpo do artigo
A eurodeputada, candidata do Bloco de Esquerda às presidenciais, descreveu à TSF o que viu e conta que encontrou muitas pessoas perdidas da família, que vivem no meio da lama e sem condições.
"Mais de 4 mil pessoas amontoadas, numa situação abaixo de qualquer limiar da dignidade humana: o inverno quase à porta, no meio do lamaçal, em tendas sem nenhumas condições e com hiperproteção policial - isto de uma forma irónica - porque há um volume enorme de violência policial sobre estas pessoas que aqui estão", revelou.
Maria Matias adianta que encontrou "pessoas sozinhas, famílias, um jovem de 14 anos sozinho que atravessou o mar, tentava seguir para Inglaterra para procurar os pais".
São "situações muito dramáticas" resultantes do que a que a eurodeputada considera a insensibilidade das instituições e lideres europeus.
Marisa Matias defende que é urgente que a Europa faça algo mais por estes imigrantes.
"Não seria necessário muitos recursos para poder dar as condições mínimas de dignidade a estas pessoas, há muitas crianças sem acesso a coisas básicas como um banho, comida regular ou água".
"Não podemos dizer que o protejo europeu é fundado na igualdade, nos valores da vida e da dignidade e deixar que no centro da Europa exista uma situação como esta. Infelizmente sabemos que não é apenas aqui, existe na Grécia, Itália, Balcãs. Não se pode tratar as pessoas assim", defendeu.
A eurodeputada do Bloco de Esquerda visitou o Campo de Refugiados de Calais acompanhada por responsáveis das várias organizações que fazem trabalho de voluntariado; visitou a capela, o centro médico e defende que é urgente fazer algo.