Uma mulher identificada entre os bombistas suicidas. Eram todos de classe média ou alta
Entre os nove bombistas suicidas responsáveis pelos ataques no último domingo, há cidadãos do Sri Lanka com estudos superiores e, pelo menos, um deles viveu e estudou no Reino Unido e na Austrália.
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O número de mortos nos atentados suicidas no domingo de Páscoa no Sri Lanka subiu para 359 informaram as autoridades. O anterior balanço apontava para 320 mortos. Há ainda cerca de 500 feridos.
Mais suspeitos foram detidos nas últimas horas. O porta-voz da polícia do Sri Lanka, Ruwan Gunasekara, anunciou a detenção de mais 18 pessoas por suspeitas de ligação aos atentados, elevando o total para mais de 60.
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, alertou na terça-feira que vários suspeitos armados com explosivos ainda se encontravam em fuga.
O ataque terá sido perpetrado por nove bombistas suicidas, sendo que oito deles, todos cidadãos do Sri Lanka, já foram identificados pelas autoridades. As autoridades já sabem que um dos bombistas era uma mulher e que outro terá vivido e estudado no Reino Unido e na Austrália. Numa conferência de imprensa esta manhã, o ministro da Defesa do Sri Lanka, Ruwan Wijewardene, adiantou ainda que todos eram provenientes de famílias de classe média, ou média-alta. "Eram financeiramente bastante independentes e as suas famílias são financeiramente estáveis", acrescentou, citado pela BBC.
O Governo sustentou que os ataques foram realizados por fundamentalistas islâmicos em aparente retaliação ao massacre na mesquita da Nova Zelândia em março. O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou na terça-feira a autoria dos atentados contra igrejas e hotéis de luxo.
O ex-chefe das forças armadas do Sri Lanka, Sarath Fonseka, afirmou acreditar que os ataques estavam a ser planeados "pelo menos há sete ou oito anos".
O líder do Parlamento do Sri Lanka adiantou que os Serviços de Inteligência da Índia já tinham passado, no início deste mês, a informação da possibilidade de ataques em igrejas e hotéis no país. Uma reunião do Conselho de Segurança, liderada pelo Presidente Maithripala Sirisena, aconteceu a 7 de abril, mas a informação não foi partilhada. O líder do Parlamento acusa, por isso, os responsáveis dos serviços de inteligência de estarem a ser controlados e pede uma investigação.
O Presidente do Sri Lanka pediu, na sequência dos ataques, a demissão do chefe da polícia e do secretário da Defesa do país.
Este domingo, a capital do Sri Lanka, Colombo, foi alvo de pelo menos cinco explosões: em quatro hotéis de luxo e uma igreja.
Duas outras igrejas foram também alvo de explosões, uma em Negombo, a norte da capital, onde há uma forte presença católica, e outra no leste do país.
A oitava e última explosão teve lugar num complexo de vivendas na zona de Dermatagoda.
As primeiras seis explosões ocorreram "quase em simultâneo", pelas 8h45 de domingo (4h15 em Portugal).
Um português residente em Viseu está entre as vítimas mortais destes atentados.
Notícia atualizada às 11h00