Stoltenberg: “Os ucranianos não estão a ficar sem coragem, estão a ficar sem munições”
Jens Stoltenberg defendeu uma proposta para dar um enquadramento institucional ao apoio financeiro a longo prazo à Ucrânia.
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O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg lançou esta quarta-feira um apelo em jeito de crítica à ala republicana no congresso norte-americano, que está a bloquear o apoio à Ucrânia.
Questionado à margem da reunião de ministros de Negócios Estrangeiros em Bruxelas sobre se admitia que, perante a falta de munições do lado ucraniano, a Rússia pudesse conseguir ganhos no terreno nas próximas semanas, Jens Stoltenberg deixa um alerta.
“Os ucranianos não estão a ficar sem coragem, estão a ficar sem munições. Precisamos de avançar agora para garantir que construímos um apoio para durar”, afirmou Stoltenberg, adiantando que durante a reunião, “todos os aliados concordaram com a necessidade de apoiar a Ucrânia neste momento crítico”.
No entanto, reconhece que “a cada dia de atraso na decisão dos Estados Unidos sobre a concessão de mais apoio à Ucrânia, há consequências no campo de batalha”. O aviso soa a crítica, numa altura em que a ala republicana no congresso dos EUA recusa-se a aprovar um pedido do Presidente Joe Biden para fornecer mais 61 mil milhões de dólares de ajuda à Ucrânia.
“É urgente que os Estados Unidos tomem uma decisão no âmbito do Congresso dos EUA que seja efetivamente capaz de transformar a maioria da opinião pública dos EUA, mas também do Congresso dos EUA numa decisão concreta”, apelou Stoltenberg.
Nesta reunião, em Bruxelas, Jens Stoltenberg colocou em cima da mesa uma proposta para dar um enquadramento institucional ao apoio à Ucrânia, através de um compromisso de financiamento ao longo dos próximos cinco anos.
“Existem diferentes formas de assegurar que o nosso apoio seja menos dependente de ofertas voluntárias de curto prazo e mais dependente de compromissos de longo prazo da NATO, e que tenhamos uma organização mais forte que crie um quadro mais sólido para o nosso apoio”, anunciou o secretário-geral da NATO, detalhando que “isto inclui a ajuda à segurança, mas também a formação e o financiamento”.
“Quanto mais cedo conseguirmos convencer Moscovo de que não vai ganhar no campo de batalha, quanto mais cedo conseguirmos chegar a um acordo de paz em que a Rússia se aperceba de que não pode ganhar a guerra, mas tem de se sentar e negociar um acordo em que a Ucrânia prevaleça como nação soberana e independente”, afirmou, acreditando que “um papel mais forte da NATO na coordenação e prestação de apoio é uma forma de terminar esta guerra de uma forma em que a Ucrânia prevaleça”.