O anúncio foi feito pela Organização dos Países da África Oriental que está a tentar mediar o conflito entre o governo e os rebeldes.
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O governo do Sudão do Sul e os rebeldes acordaram esta terça-feira num cessar-fogo, segundo informações avançadas pelos mediadores do conflito, ainda que, no terreno, os sinais de luta que têm atingido o país mais jovem do mundo sejam visíveis.
Este anúncio surge depois do líder dos rebeldes, Riek Machar, ter recusado um encontro pessoal com o presidente Salva Kiir, optando antes por enviar a Addis Abeba uma delegação para negociar em seu nome.
No terreno, poucas horas antes desta comunicação, os rebeldes anunciaram ter retomado o controlo da estratégica cidade de Bor, no estado de Jonglei.
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e o líder dos rebeldes, Riek Machar, eram esperados esta terça-feira na capital da Etiópia para conversações de paz que permitissem por fim aos combates que duram há duas semanas no país e já fizeram milhares de mortos.
A propósito do conflito no Sudão do Sul, a TSF ouviu o missionário comboniano António Nunes, que está no Sudão do Sul há sete anos. Entrevistado pela jornalista Rita Costa, António Nunes, dá conta da revolta que muitos sentem pela atual situação do país.
O missionário acredita que o conflito no Sudão do Sul, que começou por ser político, é agora étnico e se não houver uma intervenção internacional pode assistir-se a uma guerra civil muito sangrenta.
António Nunes alerta também para a movimentação das populações. Muitos estão a tentar sair do país enquanto outros procuram refúgio nos campos das Nações Unidas.
Em cerca de 2 semanas de violência, os confrontos no Sudão do Sul já provocaram mais de 120 mil refugiados. O país é um estado independente com menos de três anos de existência, com muitas reservas de petróleo mas onde 50 por cento da população continua a viver no limiar da pobreza.