Stoltenberg saudou a adesão do 32.º membro da Aliança, reiterando que a porta da NATO permanece aberta para a entrada de novos membros.
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O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg assinalaram, esta segunda-feira, o passo final para a entrada definitiva da Suécia na Aliança Atlântica, com um momento simbólico de hastear da bandeira do 32º aliado. O momento serviu para ambos dizerem que é preciso manter atenção redobrada face à actuação de Moscovo.
O chefe do governo sueco destacou o “dia histórico”, para o qual a Suécia se preparou durante as últimas três décadas, considerando que o momento representa a adesão a um espaço ao qual o país sempre pertenceu.
“Com a bandeira sueca aqui hasteada, hoje, estamos a dizer claramente que estamos lado a lado na defesa da liberdade e da democracia. Nós viemos para casa. Viemos para a casa da aliança para a Paz e a Liberdade a que tantas democracias já pertencem. A casa onde nós também pertencemos”, afirmou Ulf Kristersson, garantindo que o país estará à altura da responsabilidade que agora lhe cabe.
“Temos vindo a preparar-nos para esta tarefa, - honestamente - há já algum tempo, na realidade nos últimos 30 anos, mas mais em pormenor nos últimos dois anos”, frisou, confessando-se “muito satisfeito por ter dado este último passo”.
Questionado sobre a possibilidade da Rússia concretizar a ameaça de retaliação, na sequência da adesão da Suécia, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg considerou que na realidade, nada muda com a nova circunstância.
“É claro que os aliados da NATO têm de estar sempre preparados e temos de estar atentos a potenciais ataques cibernéticos russos, ataques híbridos, tentativas de coagir países na Europa”, afirmou Stoltenberg, sublinhando que “já assistimos a isso tanto contra aliados da NATO como contra não-aliados da NATO”.
“Assim, o risco, por exemplo, de ataques contra a Suécia não é novo”, destacou o secretário-geral, considerando há “um risco permanente há anos”, que já existia “quando a Suécia estava fora da NATO”.
“Não vemos qualquer ameaça militar iminente contra qualquer aliado da NATO”, vincou Stoltenberg, dizendo que isso acontece “em parte porque a Rússia está tão preocupada com a guerra, [com] a agressão contra a Ucrânia, mas também, claro, porque a NATO existe”.
“A NATO existe para garantir que qualquer adversário potencial compreenda que um ataque a um aliado irá desencadear uma resposta de toda a aliança”, garantiu o secretário-geral da NATO.
O primeiro-ministro sueco afirma que os últimos dois anos demonstraram a necessidade de uma atenção redobrada relativamente à actuação de Moscovo.
“Relativamente à Rússia, penso que devemos manter-nos alerta. Ficar exatamente tão alerta como nós estamos, pois eles já estão a fazer (...) [ataques cibernéticos e híbridos] e estou certo de que continuarão a fazê-lo”, considerou Kristersson.
“Não devemos ser ingénuos e penso que estamos mais conscientes dos riscos que eles nos colocam agora do que alguma vez estivemos antes”, acrescentou o primeiro-ministro sueco, considerando importante que “continuemos a estar alerta”.