Super Bowl: das polémicas aos momentos inesquecíveis. O maior espetáculo do mundo
O espetáculo de maior audiência do mundo é também uma fonte inesgotável de polémicas, embaraços e momentos incríveis. Desde entrevistas a desconhecidos que se confundem com os jogadores, a atletas detidos antes de entrarem em campo, já houve um pouco de tudo. Até artistas desnudados por acidente e estrelas sem saberem a letra do hino.
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A final da liga norte-americana de futebol (NFL) tem lugar este domingo. Muito mais do que um jogo, este espetáculo continua a ser o evento desportivo de maior audiência mundial e com os mais dispendiosos breaks publicitários do mundo.
Com toda esta espetacularidade, o Super Bowl já registou momentos inesquecíveis, pelos melhores e piores motivos, ao longo das 52 edições já realizadas.
No Super Bowl XIII, na partida que decidiu a temporada de 1978, o Pittsburgh Steelers derrotou o Dallas Cowboys, conquistando o seu terceiro campeonato em cinco anos.
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Foi com esta vitória que um adepto dos Steelers protagonizou um dos momentos mais caricatos da história do evento. Segundo Steve Sabol, da NFL Films, havia um "careca branco-pálido" no vestiário quando ele e um cameraman estavam prestes a entrar. Não o reconhecendo, o jornalista resolveu perguntar ao atacante dos Steelers, Joe Greene, quem era o indivíduo dentro do balneário e nem ele não sabia, como relatou em 2010 ao Los Angeles Times. O homem saiu do chuveiro e despiu-se, casualmente, perto de Greene. O mais insólito aconteceu no momento em que o desconhecido começou a responder às perguntas dos media, antes sequer de se perceber que ele não era um membro da equipa vencedora. O homem, o tal fã desconhecido, nunca se identificou mas conseguiu os seus 15 segundos de fama.
Em 1998, os Atlanta Falcons defrontavam os Denver Broncos, em Miami, para o Super Bowl XXXIII. Eugene Robinson, uma das peças-chave da equipa dos Falcons, foi preso por um crime que nos Estados Unidos se designa por solicitação de prostituição. Segundo o The New York Times, as autoridades acusaram Robinson de ter aliciado uma polícia à paisana com 40 dólares em troca de sexo. Depois do jogo, os jogadores do Falcons admitiram que não preparados para jogar sem Robinson e que a sua ausência contribuiu decisivamente para a derrota da equipa de Atlanta. Seria a última vez que os Falcons fizeram uma aparição no Super Bowl, até 2017.
O Super Bowl XXXVII ficou na história da equipa dos Oakland Raiders e, em concreto, do jogador Barret Robbins. Robbins desapareceu na noite anterior ao Super Bowl, não tendo contactado ninguém até às 20 horas. Face a este acontecimento, o técnico Bill Callahan tirou-o da lista de jogo. Explicando o incidente no "Real Sports", da HBO, a esposa de Robbins disse que ele tinha saído para festejar a noite toda em Tijuana porque achava que a equipa já tinha vencido o jogo. Robbins foi posteriormente tratado numa clínica de saúde e diagnosticado com transtorno bipolar.
Na história do Super Bowl fica também a designada "captura do capacete", protagonizada em 2007. Foi no melhor jogo do Super Bowl de todos os tempos, nomeado pela Fox Sports e pela NFL, que David Tyree desafiou todas as probabilidades e leis da gravidade, quando saltou e agarrou a bola de Eli Manning com a ajuda do seu capacete. Assim, e às 32 jardas (quase 30 metros), os Giants marcaram um touchdown vitorioso e derrubaram os Patriots por 17 a 14.
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Mas não são apenas os principais intervenientes deste evento desportivo que escrevem as insólitas histórias dos mais de 50 anos de Super Bowl. Nos famosos intervalos, desfilam artistas de renome internacional e anúncios comerciais que depressa se tornaram virais pela sua originalidade.
Em 1984, a cadeia de restaurantes Wendy´s apresentou, "Where's the Beef?". O vídeo tornou-se de tal forma conhecido que, ainda hoje, é usado como uma expressão cultural recorrente.
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No mesmo ano, a Apple exibiu outro anúncio que se tornou popular, com o objetivo de salvar a humanidade da "conformidade", com uma referência ao romance de George Orwell. A Advertising Age nomeou-o como um dos melhores comerciais alguma vez feitos.
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O Super Bowl XLVIII ficou conhecido por outro nome bem mais caricato. O memorável "Blackout Bowl" teve um atraso de 34 minutos, graças a uma falta parcial de energia no Superdome, estádio em New Orleans. A escuridão levou o público a brincar com o desempenho de Beyoncé durante o intervalo e os executivos de marketing da Oreo publicaram um tweet agora icónico.
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Na música, é importante frisar os momentos mais inesquecíveis do multimilionário espetáculo norte-americano.
O famoso hino nacional de Whitney Houston não apenas elevou a fasquia para as apresentações do "Star-Spangled Banner", como também marcou pela diferença, ao doar os lucros do single aos soldados da Guerra do Golfo e às suas famílias.
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Mas é a banda de rock irlandesa que lidera, para muitos, a lista dos melhores shows do intervalo, graças à comovente homenagem ao 11 de setembro, no Super Bowl de 2002, meses depois dos devastadores ataques. Bono cantou três músicas com os nomes das vítimas projetadas atrás do palco, revelando no final da sua performance uma bandeira americana impressa no interior do seu casaco.
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Janet Jackson também fez uma passagem memorável pelo Super Bowl. Em 2004, depois de um dueto com Justin Timberlake, ocorreu um imprevisto, designado como "nudez acidental", tendo a cantora ficado com o seu seio exposto.
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Christina Aguilera, nome incontornável da música pop, foi convidada para cantar o hino dos Estados Unidos na abertura do Super Bowl XLV, em 2011. Mas o que estava previsto ser um espetáculo, transformou-se num verdadeiro desastre. A cantora perdeu-se durante o hino e errou parte da letra. A artista tentou mais tarde justificar-se, alegando que se entregou tanto ao momento, que se perdeu na letra.
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O Halftime Show de 2012 gerou imensa polémica. Logo após Elton John afirmar que Madonna faria playback durante o espetáculo, a rainha da pop convidou LMFAO, Nicki Minaj, CeeLo Green e MIA para cantar com ela, e foi justamente a última que causou controvérsia no palco. MIA resolveu mostrar o dedo do meio às câmaras e proferir a palavra "fuck" ao microfone. O porta-voz da NFL reagiu de imediato ao sucedido, afirmando que "o gesto obsceno na performance foi completamente inapropriado e dececionante", pedindo desculpas aos fãs.
Uma das maiores atrações do Super Bowl é a quantidade de anúncios comerciais transmitidos durante o intervalo. Quase todos se tornam virais, mas nem sempre pelos melhores motivos. Em 2011, a Doritos, uma das patrocinadoras, viu dois anúncios banidos por causa de uma possível polémica sexual. Na primeira peça publicitária, um homem admira um pacote que está com um casal homossexual. Na segunda, dois homens estão numa sauna e um deles tenta agarrar o pacote que está perto das partes íntimas do outro.
O espetáculo de 2019 ainda nem começou, mas mal se pode esperar pelo que aí vem.