Juiz votou a favor do ex-ministro de Bolsonaro mas magistrada mudou o voto e estabeleceu um resultado que anula a ação do Caso Tríplex contra o antigo presidente, cada vez mais candidato às eleições em 2022.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) considerou Sérgio Moro "parcial" no julgamento de Lula da Silva, o que faz os os processos julgados pelo ex-ministro de Jair Bolsonaro do antigo presidente, no contexto da Operação Lava Jato, nomeadamente o do Caso Tríplex, que levou à condenação à prisão do político, voltarem à estaca zero.
Em julgamento da segunda turma do STF (apenas cinco dos onze juízes), Kássio Nunes Marques, juiz mais recente da corte, recém-nomeado por Bolsonaro, votou a favor de Moro. Com essa decisão, o resultado ficava em 3-2 a favor da imparcialidade do juiz, porque todos os outros magistrados já se haviam pronunciado, e, dezembro de 2018, dois para cada lado.
Porém, a juíza Carmen Lúcia, "tendo em conta a revisão exaustiva do caso" mudou o seu voto, a favor da defesa de Lula, estabelecendo o resultado final.
Esta decisão soma-se a outra, de há duas semanas, em que se considerava a vara de Curitiba, de Moro, incompetente para julgar Lula, cada vez mais com o caminho livre para ser candidato em 2022.
"Hoje o Supremo encerrou um triste capítulo da história do Direito no Brasil. Um juiz parcial, que persegue ilegalmente um acusado, é incompatível com o Estado de Direito. Seus atos são nulos e imorais. Só lamento que tais atos geraram lesões irreparáveis para Lula e para o Brasil", disse Flávio Dino, governador do Maranhão, logo após o resultado.
"No mundo da política, o grande beneficiado pelos atos do juiz parcial foi Bolsonaro, que com tais atos venceu a eleição de 2018. Hoje o mesmo Bolsonaro é o grande perdedor", concluiu.