Debate sobre prisão em segunda ou última instância termina ao fim do dia, ao que tudo indica com resultado favorável às pretensões do antigo presidente do Brasil.
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O Supremo Tribunal brasileiro pode determinar esta quinta-feira a liberdade do político mais amado e odiado do Brasil, razão pela qual o país está de olhos postos em Brasília, como se o embate de argumentos entre os 11 membros da corte se tratasse de um jogo de futebol.
O Supremo vai retomar e com certeza concluir uma discussão, iniciada na semana passada, sobre se os condenados no país devem ir para a prisão após condenação em segunda instância ou apenas depois do trânsito em julgado.
Neste momento o resultado é de quatro juízes contra três a favor da condenação após segunda instância, situação que manteria Lula, condenado a oito anos de prisão pela posse de um apartamento tríplex numa praia paulista, preso.
Mas ao que tudo indica, dos 4 juízes que ainda se vão pronunciar 3 tendem a concordar com a tese que favorece Lula. Ou seja, o placar final, se não houver surpresas será de 6-5 a favor da libertação de Lula a qualquer momento.
Os juízes têm sido fortemente pressionados por opositores de Lula, que alertam para uma convulsão social caso ele saia, e também por aliados do antigo presidente, que recordam que quem o condenou foi um juiz, Sergio Moro, que é hoje ministro do governo Bolsonaro.
Lula, ainda o líder da esquerda no país, porém, não estará apto a concorrer a cargos eletivos ao abrigo da lei da ficha suja que determina que condenados em segunda instância não participem em eleições. Para poder concorrer, Lula teria de ver o mesmo Supremo, num julgamento posterior, dar razão a um recurso seu em que pede que a sua condenação seja anulada por parcialidade de Sergio Moro.