Numa breve declaração, em Dublin, Leo Varadkar disse que abandona a liderança do partido, Fine Gael, imediatamente e deixará a chefia do governo logo que houver um sucessor.
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Aos 45 anos, Varadkar ficou na história como o primeiro-ministro mais novo do país. Tinha 38 anos quando assumiu o cargo, foi também o primeiro membro de uma minoria étnica a chegar à chefia do governo e o primeiro homossexual. Foi em 2015, quando o país referendou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que Varadkar se assumiu.
Filho de um médico nascido na Índia e de uma enfermeira irlandesa, ele ganhou a primeiras eleições políticas com 25 anos, 3 anos depois chegava ao parlamento. Quando o Fine Gael entrou num governo de coligação o líder partidário, Enda Kenny, escolheu-o como ministro dos transportes, turismo e desporto. Mais tarde passou pela pasta da saúde e da segurança social.
Em 2017, Leo Varadkar, chegou à liderança do partido e do governo, cargo que ocupou até 2020. O primeiro mandato foi marcado pelo referendo do Brexit que afastou a Grã-Bretanha da União Europeia e pelo início da pandemia. Nas eleições em plena crise de Covid-19 não houve um vencedor claro e o Fine Gael perdeu deputados. O país precisou de uma coligação e ficou decidido que o Fianna Fáil assumia a liderança do governo por dois anos, em 2022 era a vez de Leo Varadkar voltar ao cargo.
Sete anos depois de ter assumido a liderança do país, Varadkar decidiu sair do cargo porque acredita que já não é o homem certo para o lugar. Um momento em que Varadkar lembrou que os políticos também são seres humanos, têm limites e precisam de seguir em frente. Ele garante que, para já, não tem planos nem a nível pessoal, nem profissional. O agora primeiro-ministro demissionário pediu ao partido para eleger um novo líder rapidamente para que depois da Páscoa o parlamento aprove um novo primeiro-ministro.
Leo Varadkar, que há cerca de 15 dias viu os irlandeses chumbarem duas propostas do governo para mudanças na constituição, é considerado uma das principais influências na modernização da Irlanda, um país até há pouco visto como pobre, conservador e muito católico.