Susan Rice não pretende suceder a Hillary Clinton como secretária de Estado do presidente Obama, depois de ter sido o centro de críticas republicanas pelo ataque ao consulado dos EUA em Bengasi.
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Atual embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Rice é próxima de Obama e emergiu como o alvo principal dos ataques republicanos à forma como o governo lidou com os ataques àquele consulado na Líbia, em 11 de setembro.
«Se fosse nomeada, estou convencida de que o processo de confirmação seria prolongado, disruptivo e custoso, para si e para as nossas prioridades nacionais e internacionais», escreveu Rice, em carta dirigida a Obama, a que a AFP teve acesso.
«Esta situação seria prejudicial para o nosso país. (...) Portanto, requeiro respeitosamente que deixe agora de considerar a minha nomeação», solicitou Rice.
Obama aceitou a decisão de Rice, noticiou a NBC, durante uma chamada telefónica realizada hoje e emitiu uma declaração a condenar os «ataques injustos e enviesados» que lhe foram dirigidos.
«A sua decisão demonstra a força do seu caráter e uma vontade admirável de estar acima da política quotidiana para colocar os nossos interesses nacionais primeiro», destacou Obama.
«O povo americano pode estar orgulhoso de ter uma servidora pública de seu calibre e caráter a representar o nosso país», acrescentou Obama, dizendo que Rice permanecerá como embaixadora na ONU com um lugar no seu governo.
Os republicanos têm atacado Rice, depois de esta afirmar, em 16 de setembro, que o ataque ao consulado em Bengasi ter sido uma reação «espontânea» a um vídeo anti muçulmano, usando informações da CIA, que agora admite que estavam erradas.
Extremistas ligados à Al-Qaeda são agora acusados pelo ataque, com os republicanos a criticarem a Casa Branca por ter divulgado informações erradas como forma de não admitir um ataque terrorista semanas antes das eleições presidenciais.
O abandono de Rice faz incidir agora as atenções sobre o senador John Kerry, se bem que dirigentes do governo tenham dito que não está iminente qualquer anúncio de Obama relativo à equipa de segurança nacional para o seu segundo mandato.