A morte de um agente de polícia e ferimentos em 48 pessoas é o último desenvolvimento da forte contestação que se vive na Tailândia, contra a realização das próximas eleições.
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Os confrontos, que se prolongaram por sete horas, no estádio Tai-Japonês, no norte da capital tailandesa (Banguecoque), opuseram as forças de segurança e os manifestantes que tentavam impedir a Comissão Eleitoral de prosseguir com os preparativos para as votações.
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Em resposta a esses confrontos, o governo tailandês rejeitou hoje adiar indefinidamente as eleições nacionais marcadas para 02 de fevereiro, como propôs horas antes a comissão eleitoral, na sequência do clima de confrontos que o país atravessa devido aos protestos antigovernamentais.
A comissão eleitoral defendeu hoje, em comunicado, que nas atuais condições é «impossível» garantir que a votação se realizará num ambiente de paz e de liberdade, propondo que, antes, as partes em confronto se conciliem.
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A mobilização antigovernamental, que arrancou em outubro e que em finais de novembro ganhou força com a ocupação de ministérios, pretende que seja formada uma comissão popular, não eleita, para reformar o sistema político e retirar a corrupção da administração, antes de nova ida às urnas.
Suthep Thaugsuban, líder dos protestos e vice-primeiro-ministro do Partido Democrata entre 2008 e 2011, argumenta que, sem reformas, os atuais governantes voltarão a vencer as eleições, repetindo-se a situação atual.
A primeira-ministra interina da Tailândia, Yingluck Shinawatra, já dissolveu o parlamento e convocou eleições e na quarta-feira apoiou a criação de uma comissão neutra que proponha reformas constitucionais, políticas, económicas e sociais.
Yingluck é irmã de Thaksin Shinawatra, antigo primeiro-ministro que foi deposto no golpe militar de 2006 e que vive no Dubai para evitar cumprir uma pena de dois anos de prisão por corrupção.