"Procurámos minuciosamente cada ponto que conseguimos alcançar, cada brecha e fenda. Não encontrámos sobreviventes nestes espaços", diz o governador de Banguecoque, Chadchart Sittipunt
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A Tailândia reconheceu esta sexta-feira que não conseguiu encontrar nenhum sobrevivente entre as quase 80 pessoas desaparecidas entre os escombros de um arranha-céus em construção na capital, após o sismo de 28 de março.
"Procurámos minuciosamente cada ponto que conseguimos alcançar, cada brecha e fenda. Não encontrámos sobreviventes nestes espaços", disse o governador de Banguecoque, Chadchart Sittipunt.
Durante uma conferência de imprensa, o político observou que as equipas de resgate já não estão a detetar qualquer sinal vital no local onde foi ouvido, na quinta-feira, um barulho atribuído a uma mulher presa pelo desabamento.
"É um momento triste para todos, mas acreditamos que [as equipas de socorro] fizeram o melhor que puderam", disse o autarca.
As autoridades estimam que 15 corpos tenham sido recuperados do local onde estava a ser construído o futuro Gabinete do Auditor Geral, enquanto 79 trabalhadores estão desaparecidos, dos mais de 300 que estavam no local da obra no momento do desabamento.
"Por mais que escavámos, tudo o que encontrámos foram vigas de aço e aberturas estreitas", comentou o governador, destacando a complexa tarefa enfrentada pela operação após o colapso do edifício de mais de 30 andares localizado no norte da cidade e perto do mercado turístico de Chatuchak.
Chadchart indicou que, a partir desta sexta-feira, a missão se concentrará na recuperação de corpos e na demolição de partes do projeto, retomando o uso de maquinaria pesada, que foi temporariamente suspensa após a deteção de sinais de vida.
Isto embora uma equipa de emergência continue a monitorizar possíveis sinais vitais, enfatizou o político.
"Se detetarmos algum [sinal de vida], enviaremos a equipa de resgate. [A maquinaria pesada] permitir-nos-á abrir mais áreas", disse o governador.
Segundo os especialistas, o trabalho de remoção de entulhos pode demorar até 60 dias.
A 28 de março, um sismo de magnitude 7,7 na escala de Richter, com epicentro em Myanmar (antiga Birmânia) foi sentido em vários países do Sudeste Asiático, incluindo a Tailândia, onde um total de 22 pessoas morreram na capital, incluindo 15 no edifício que ruiu.
Em Myanmar, o número de mortos causados pelo sismo atingiu 3085, de acordo com o mais recente balanço da junta militar que está no poder, divulgado na quinta-feira.
Num breve comunicado, os militares birmaneses acrescentaram que 4715 pessoas ficaram feridas e 341 continuam desaparecidas. As equipas de busca e salvamento prosseguem os trabalhos no terreno.
Na quarta-feira, a junta militar declarou um cessar-fogo até 22 de abril na guerra civil em curso no país, para facilitar a ajuda à população, informou a televisão estatal de Myanmar.
O anúncio, feito através de um comunicado militar, seguiu-se a cessar-fogos temporários unilaterais, declarados por grupos de resistência armada que se opõem ao regime militar.