Taiwan proibiu hoje uma visita do dalai-lama à ilha, uma decisão que causou a indignação da associação que tinha convidado o líder espiritual tibetano, disseram hoje as autoridades.
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A Federação das Mulheres na Empresa, dirigida pela antiga vice-presidente de Taiwan Annette Lu, considerou que a decisão das autoridades visa não irritar Pequim, que vê em Dalai-Lama um «perigoso separatista».
«Estamos furiosos porque o governo está visivelmente preocupado com as reações da China. É grotesco que Taiwan oiça a China e procure a sua aprovação antes de fazer aquilo que pretende», declarou uma porta-voz de Lu.
A federação tinha convidado o Dalai-Lama para a conferência regional Ásia-Pacífico, em dezembro, e o líder espiritual dos tibetanos tinha aceitado deslocar-se à ilha nacionalista.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan confirmou ter proibido a visita, mas negou tratar-se de uma decisão para agradar a Pequim.
«Apenas não é o momento certo», declarou à agência noticiosa francesa AFP um porta-voz do ministério, Steve Hsia, sem outros pormenores.
Venerado pelos tibetanos e prémio Nobel da Paz em 1989, o Dalai-Lama reclama uma autonomia efetiva para o Tibete, região que pertence à China, de acordo com Pequim. A China critica o líder e pressiona os países estrangeiros para que não recebam Tenzin Gyatso.