Talibãs e Governo afegão chegam a acordo para acabar com mortes de civis no conflito
Representantes talibãs e do Governo do Afeganistão acordaram a redução das baixas civis para zero e a manutenção da segurança das instituições públicas para criar um ambiente propício a um diálogo intra-afegão.
Corpo do artigo
Após uma reunião em Doha, os representantes das partes divulgaram uma declaração, cujo foco centrou-se no apelo, às partes envolvidas no conflito, ao respeito pelas escolas, hospitais e mercados, dando ênfase especial às instituições educacionais e áreas residenciais.
Certas instituições públicas, especialmente ministérios, são frequentemente alvos de ataques suicidas e de ataques armados por insurgentes do mulá (personalidade da hierarquia religiosa islâmica xiita) Haibatullah.
Aqueles que participaram na reunião de dois dias na capital do Catar, realizada com mediação de Berlim e Doha, enfatizaram a necessidade de "respeitar e proteger a dignidade das pessoas, as suas vidas e propriedades e reduzir as baixas civis para zero".
Além disso, consideraram fundamental a libertação de prisioneiros de guerra de idade avançada, pessoas com deficiência e doentes.
O comunicado conjunto enfatizou a importância de continuar um diálogo "intra-afegão" e traçar um roteiro para possíveis conversações de paz.taliba
Entre as condições está a não interferência de países vizinhos no Afeganistão, uma aparente referência ao Paquistão, que Cabul acusa de abrigar a liderança dos talibãs.
Até agora, os talibãs recusaram reunir-se com o Governo afegão e insistiram em sentarem-se apenas com os Estados Unidos, que continuam no Afeganistão como parte da missão da Nato de treinar tropas locais e realizar tarefas antiterroristas.
No entanto, a participação de autoridades executivas de Ghani - mesmo em caráter pessoal - nas reuniões de Doha aumentou as esperanças de que um diálogo com autoridades afegãs também possa ocorrer.
Nos últimos meses, Washington - que mantém a sua presença no Afeganistão no âmbito da missão da NATO para treinar tropas afegãs e executar tarefas antiterroristas - e os insurgentes do mulá Haibatullah realizaram várias rondas de negociações nos países do Golfo.