Os tártaros da Crimeia assinalam no próximo domingo, num clima de tensão, os 70 anos da deportação do seu povo por Estaline, uma tragédia cuja memória foi reavivada depois da anexação, em março, da península ucraniana na Rússia.
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Este aniversário ocorre num contexto de instabilidade sem precedentes, uma vez que o líder histórico dos tártaros, Mustafa Djemilev, que denunciou a "anexação" da Crimeia pela Rússia, interditou a entrada na península e os seus apoiantes foram ameaçados de processos por «extremismo», avança hoje a Agência France Presse (AFP).
«Este é o dia mais importante para os tártaros da Crimeia e as autoridades locais estão com medo», disse à AFP o ex-dissidente e membro do Parlamento ucraniano.
O Presidente russo, Vladimir Putin, denunciou a instrumentalização da questão dos tártaros devido a um objetivo político.
«Os interesses dos tártaros da Crimeia estão agora na Rússia», afirmou, durante uma receção a representantes tártaros, a quem pediu para adotarem uma atitude «positiva».
As autoridades da Crimeia, que temem «provocações», decidiram hoje proibir por decreto qualquer «ação de massa» na Crimeia até 06 de junho, procurando evitar que o grande encontro tradicional no centro de Simferopol, onde são esperados 40 mil participantes.