O governo de Tbilisi desmentiu, esta quinta-feira, um acordo sobre o cessar-fogo entre o país e a região separatista da Ossétia do Sul, depois de o presidente georgiano ter apelado ao «retomar das negociações».
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O secretário do Conselho de Segurança Nacional georgiano, Alexandre Lomaia, desmentiu, esta quinta-feira, a conclusão de um acordo sobre o cessar-fogo entre a Geórgia e a região separatista da Ossétia do Sul (russófona, centro-norte).
Estas declarações surgiram depois do comandante Marat Kulakhmetov ter garantido que o cessar-fogo estava a ser respeitado escrupulosamente.
Por outro lado, um enviado especial russo, o embaixador Iuri Popov, tinha adiantado que um novo encontro entre representantes das partes georgiana e Osseta está previsto para as 13:00 locais de sexta-feira.
As duas informações surgiram depois de o presidente georgiano ter ordenado ao exército o cessar-fogo na região separatista, apelando ao «retomar das negociações» entre as partes litigantes, em busca de uma saída pacífica para a crise.
Na sua declaração, Saakachvili lamentou ainda as «numerosas vítimas, inclusive mortos e feridos» ao longo dos últimos dias, nos sangrentos confrontos ocorridos.
Esta quinta-feira, pelo menos 23 pessoas sofreram ferimentos e um blindado georgiano foi destruído nas imediações da aldeia osseta de Avnevi, de acordo com um porta-voz do Ministério do Interior em Tbilissi.
A Ossétia do Sul, com cerca de 70 mil habitantes e actualmente sob a "presidência" de Eduard Kokoity, auto-proclamou a sua independência num referendo a 12 de Novembro de 2006, mas não foi reconhecida pela comunidade internacional.
A primeira auto-proclamação da independência da Ossétia do Sul - que está na mesma situação da outra região georgiana separatista, a Abkhazia, e ainda da Transdniestria (Moldova), ambas russófonas - foi a 19 de Janeiro de 1992.