Os europeus preferem os meios de comunicação social tradicionais às plataformas de notícias e redes sociais e a televisão é a fonte de informação em que mais confiam.
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Um inquérito Eurobarómetro divulgado esta terça-feira, revela que os cidadãos europeus procuram mais informações nos meios de comunicação tradicionais do que nas redes sociais ou plataformas online.
Entre os inquiridos, 75% indicaram que a televisão foi o meio de comunicação social a que mais recorreram nos últimos sete dias para aceder a notícias, sendo que em Portugal esse valor aumenta para os 84%, o segundo mais alto entre os 27 Estados-membros. O país com a percentagem mais elevada é a Bulgária com 86%.
A uma distância considerável estão as plataformas noticiosas online (43%), a rádio (39%) e as plataformas de redes e blogues (26%). Ainda com uma percentagem menor (21%) está a imprensa escrita, em que um em cada cinco questionados, cita as revistas e os jornais como fonte de informação.
Em Portugal, a tendência é a mesma com as plataformas noticiosas online a liderar com 50%, seguidas da rádio com 33%, as redes sociais e blogues com 28% e a imprensa em quinto lugar com 14%.
De acordo com o Eurobarómetro, todos estes valores variam consoante a idade, revelando que "os mais jovens são muito mais propensos a utilizar plataformas de redes sociais e blogues para aceder a notícias", já que os dados mostram que a percentagem mais elevada de pessoas que utiliza esta fonte de notícia são os jovens entre 15 e 24 anos. Os inquiridos com mais de 55 anos preferem a televisão e plataformas online de notícias.
Temas com maior interesse dos europeus:
A política nacional é o tema que mais interessa aos cidadãos inquiridos (50%). Os assuntos europeus e internacionais não ficam muito atrás com (46%), a par das notícias locais (47%). Em Portugal, o tema com maior interesse são os assuntos europeus e internacionais com uma percentagem de 55%.
Dos questionados, 72% revelam ter lido, visto ou ouvido recentemente alguma informação sobre a UE na imprensa, internet, televisão ou rádio e 57% assumem ter lido, visto ou ouvido algo sobre o Parlamento Europeu (PE).
Em relação à memória recente que os cidadãos têm de notícias sobre a UE, os valores variam entre os 57% em França e os 90% na Roménia; já em relação às notícias sobre o PE, os valores divergem entre os 39% em França e os 85% em Malta.
Os conteúdos noticiosos pagos continuam a ser uma exceção em todos os 27 Estados-membros, visto que 70% de quem acede a notícias através da internet prefere conteúdos gratuitos. Malta apresenta a percentagem mais alta (83%) de pessoas que apenas consomem conteúdos gratuitos. Portugal está em segundo lugar com 82%.
Meios de comunicação mais confiáveis e desinformação:
Os cidadãos assumem confiar nos meios de comunicação tradicionais, mais do que nas plataformas de notícias online e nas redes sociais. 49% dos inquiridos confiam que as estações públicas de rádio e de televisão lhes transmitem notícias verdadeiras, seguidas da imprensa escrita, apontada por 39%. Em Portugal, 67% dos cidadãos incluídos no inquérito apontam as televisões e estações radiofónicas públicas como a principal fonte de confiança.
Em relação às notícias falsas, 28% consideram que, nos últimos sete dias, foram muito frequentemente ou frequentemente expostos a desinformação. A maioria dos inquiridos sente-se confiante em reconhecer a desinformação: 12% sentem-se "muito confiantes" e 52% "algo confiantes". O nível de confiança em distinguir as notícias falsas das verdadeiras aumenta com o grau de educação e diminui com a idade.
A Ipsos European Public Affairs entrevistou uma amostra representativa de cidadãos da UE, com idade igual ou superior a 15 anos, em cada um dos 27 Estados-Membros da União Europeia. Entre 26 de abril e 11 de maio de 2022, foram concluídas 52 347 entrevistas via Web assistidas por computador (CAWI), utilizando painéis em linha da Ipsos e as suas redes parceiras.