Bruxelas considera que o racismo não deve ter lugar na Europa e propõe um plano de acção para atacar o mal "pela raiz".
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O plano apresentado ao inicio da tarde em Bruxelas, prevê iniciativas de âmbito nacional e europeu e a intervenção em vários domínios, como o da educação nas escolas.
"A discriminação com base na origem racial ou étnica é proibida na UE", afirmou a vice presidente da Comissão, com a pasta dos Valores e Transparência, Věra Jourová, lembrando que existe "um quadro jurídico em vigor para a Diretiva de Igualdade Racial, legislação para combater o discurso de ódio, legislação para apoiar a igualdade no emprego e legislação para proteger as vítimas de crime".
Jourová considera que é preciso aplicar as leis que já existem, mas promete fazer mais no campo legislativo, nomeadamente "um teste completo de adequação, e [verificar] se esta estrutura é suficiente para a realidade de hoje, e iremos reforçá-la estritamente".
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"Neste contexto, iremos também propor uma nova lei que irá assegurar que os órgãos de igualdade que foram criados para nos proteger da discriminação, tenham funções claras, possam desempenhar eficazmente o seu papel e sejam independentes.
A comissária pretende também que seja melhorado "o diálogo com os membros das comunidades e estabeleceremos uma nova estrutura de coordenação com as partes interessadas".
"Vamos nomear pela primeira vez um coordenador anti-racismo que fará a ligação estreita com pessoas de grupos minoritários e interagirá com os nossos parceiros", anunciou a vice-presidente, adiantando que a Comissão vai convocar "uma grande cimeira anti-racismo no próximo ano".
Sobre o coordenador europeu para luta contra o racismo, confessou que "não há um nome ainda, mas definitivamente tem que ser uma personalidade muito forte, com uma autoridade suficientemente alta, com um muito bom conhecimento horizontal dos problemas e também uma personalidade forte para ter uma autoridade natural grande o suficiente para a comunicação com os Estados-Membros".
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O plano de ação inclui outras medidas como o combate aos esteriotipos étnicos e raciais, nomeadamente através da intervenção dos órgãos de comunicação social. A comissária para a Igualdade, Helena Dalli acredita que é também preciso intervir no domínio da educação.
"Muitas vezes a história foi escrita pelo colonizador ou pelo vencedor, então devemos abordar isto nas nossas escolas. E assim, quando [alguém] vir um monumento, saberá o que é, quem o construiu, o que é e o que está por trás dele, e qual é a história que tem", defendeu considerando que deve haver "um debate crítico e inteligente, não apenas neste nível de discussão, mas nas escolas".