A ministra Alexandra Leitão caracteriza o Presidente norte-americano como uma "espécie de Nero" que não incendeia, mas atira mais lenha para a fogueira.
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Alexandra Leitão constata que, "infelizmente, a situação da violência policial racista e xenófoba" registada nos Estados Unidos da América "não é novidade". O que é novidade, destaca a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, é que, desta vez, "quem lidera os EUA, em vez de repudiar, aceita, promove e incita alguma desta violência".
"Temos na Presidência dos EUA alguém que incita esta violência", apontou a governante esta tarde no programa Almoços Grátis, da TSF.
Uma "espécie de Nero" que não incendeia, mas que atira mais lenha para a fogueira. É desta forma que a ministra Alexandra Leitão caracteriza o Presidente norte-americano Donald Trump, a quem atribui declarações sistematicamente "racistas, violentas e até misóginas".
David Justino assinalou também a "profunda radicalização que está a ser dilatada e ampliada pela forte crise pandémica, económica, social, étnica e de valores" de que os Estados Unidos têm padecido. Neste contexto "inflamável", comentou o vice-presidente do PSD, Donald Trump tem sido responsável por "lançar gasolina sobre a fogueira".
"Ideias dessas" em Portugal?
Alexandra Leitão aproveitou para demonstrar consternação relativamente ao partido Chega, que disse fazer parte de um "fenómeno razoavelmente pequeno mas ao qual não devemos descurar preocupação".
"O populismo é muito mais fácil do que o seu oposto. É mais fácil ir ao encontro das ideias mais primitivas do que contrariar ideias estigmatizantes."
Para David Justino, no entanto, o Chega tem de ser colocado "no seu devido lugar". O vice-presidente do PSD analisou que "o Chega só subiu [na intenção de votos] porque o BE desceu o seu score na sondagem".
O social-democrata também fez questão de lembrar que 70% do eleitorado distribui-se entre PS e PSD e enalteceu o facto de não haver "qualquer simpatia nestes dois partidos por ideias de um Trump ou um Bolsonaro". Quanto ao universo da Assembleia da República, mais abrangente, David Justino não expressa particular espanto: "Ficamos admirados quando surge um deputado em 230 com essas ideias..."