Em causa está um alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique sobre uma tempestade tropical.
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O Conselho Autárquico da Beira, em Sofala, pediu esta segunda-feira que a população guarde água e comida suficientes para alguns dias face aos impactos da tempestade tropical que assola o canal de Moçambique.
"É importante que as famílias garantam e preparem uma quantidade de comida e água em casa, suficientes para pelo menos alguns dias", disse, em declarações à imprensa, o vereador da área de Construção, Saneamento e Urbanização do Conselho Autárquico da Cidade da Beira, Albano Caris.
Em causa está um alerta emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inam) de Moçambique sobre uma tempestade tropical, que já está no canal de Moçambique, evoluir até ao ponto de tempestade tropical severa (ciclone) e atingir a costa moçambicana na quarta-feira, com destaque para as províncias de Zambézia e Sofala, no centro do país.
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Segundo Albano Caris, a partir de 29 deste mês, porque a cidade da Beira é um dos locais que pode ser afetado, a população deve ficar em casa e evitar lugares considerados de risco, lembrando a experiência do ciclone Idai, que em março de 2019 atingiu o centro de Moçambique, provocando 604 mortos e mais de 1,8 milhões de pessoas afetadas.
A cidade da Beira, uma das principais do país, foi severamente afetada, estando ainda em processo de recuperação dos estragos provocados pelo Idai.
"Caso se recordem, durante o ciclone Idai, alguns morreram porque queriam assegurar o teto da casa, mas agora estamos a dizer que se devem manter em locais seguros. Os que sentem que as chapas não estão em boas condições, que coloquem sacos de areia sobre o teto", disse Albano Caris.
Além das medidas recomendadas à população, a fonte avançou que a autarquia acionou comités de riscos de calamidades e criou espaços de abrigo seguros e, a partir desta segunda-feira, haverá viaturas a circular pela urbe com mensagens de cuidados primários a tomar face à tempestade.
"Haverá também equipas especializadas a podar árvores em situação crítica para evitar que criem danos graves a esta cidade", acrescentou.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Sofala prevê que, no pior cenário, a tempestade tropical afete cerca de 71 070 pessoas, das quais 23 230 na cidade da Beira.
Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.
Além do Idai, pouco tempo depois, em abril, o norte de Moçambique foi afetado pelo ciclone Kenneth, que matou 45 pessoas e afetou outras 250 mil.