"Tenho a convicção que não será a minha última cimeira europeia." Montenegro admite reforço da ajuda à Ucrânia
"Estamos disponíveis para colaborar no âmbito da União Europeia e também no âmbito bilateral", promete o primeiro-ministro cessante
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O primeiro-ministro cessante, Luís Montenegro, expressou esta quinta-feira, em Bruxelas, a convicção de que regressará às reuniões do Conselho Europeu como chefe do Governo após as eleições legislativas. Na última cimeira europeia antes das eleições, sublinhou o compromisso de Portugal com o futuro da Ucrânia, sem excluir um aumento da contribuição financeira para Kiev, tanto através dos mecanismos europeus como bilaterais.
“A evolução no terreno, os compromissos que nós temos assumido, quer no âmbito da União Europeia, quer no âmbito da NATO, quer no âmbito até de iniciativas que extravasam esses âmbitos, podem fazer aumentar essa comparticipação. Teremos sempre de compaginar isso com aquilo que está a acontecer no terreno”, afirmou Montenegro, em declarações aos jornalistas.
O chefe do Executivo admitiu ainda que o apoio português à Ucrânia pode assumir outras modalidades, sem se limitar exclusivamente à componente militar. “Se os processos de cessar-fogo, de caminho para uma situação de paz forem avançando, teremos até de realocar, talvez, as verbas que tínhamos para o apoio militar a outro tipo de apoio”, afirmou.
“Estamos disponíveis para colaborar no âmbito da União Europeia e também no âmbito bilateral”, garantiu o primeiro-ministro, embora sem se comprometer com valores concretos. Montenegro assegurou ainda que a incerteza sobre a sua continuidade no cargo não afeta as decisões de Portugal sobre o apoio à Ucrânia.
Questionado sobre se não se comprometia com valores, dada a sua condição de primeiro-ministro em fim de funções que poderia limitar os compromissos assumidos, respondeu de forma perentória: “Não, não é por isso.”
“Tenho a convicção que não será o último [Conselho Europeu], será naturalmente mais um no meio de muitos que ainda terei ocasião de partilhar com os meus colegas chefes de Estado e de Governo da União Europeia”, afirmou.