
Guillaume Horca Juelo/EPA
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão a oposição à reforma das pensões, o aumento dos salários e a resistência à subida da extrema-direita
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O Dia Internacional dos Trabalhadores é assinalado em França com mais de 260 manifestações por todo o país. Este ano, a data decorre num clima de tensão social e incerteza política. A mobilização popular é impulsionada por uma série de reivindicações: a defesa do emprego, a oposição à reforma das pensões, o aumento dos salários e a resistência à subida da extrema-direita.
Este 1º de Maio pretende ser combativo e festivo, mas as manifestações acontecem de forma dispersa por todo o território. Apesar de, tal como no ano passado, a intersindical não marchar lado-a-lado, as preocupações que unem as organizações sindicais são muitas. Um exemplo é o sector da saúde, onde a situação se está a tornar insustentável. Marie, profissional de saúde, descreve as condições de trabalho no hospital em que trabalha: uma realidade cada vez mais difícil de enfrentar.
"Este é um dia de celebração, mas também de luta. O sector da saúde está a ser afetado por cortes orçamentais. Trabalhamos com menos recursos e, todos os dias, nos questionamos sobre o futuro da nossa profissão", afirma, ressaltando as dificuldades diárias que enfrenta.
O cenário não é diferente no sector da cultura. Julien, ator e técnico de teatro, também se mostra preocupado com o futuro da cultura. “A cultura está a desaparecer. Há menos espetáculos, menos financiamento”, lamenta.
"A cultura está a desaparecer. Existem menos festivais e espetáculos, as associações culturais estão desmotivadas e sem saber se conseguirão continuar devido aos cortes", explica Julien.
Em Narbonne, cidade governada pelo partido de extrema-direita União Nacional, Marine Le Pen e Jordan Bardella tentam criar uma demonstração de força, com milhares de militantes a apoiar o movimento. Por outro lado, as marchas organizadas pela Confederação Sindical Francesa têm como lema a luta "contra a extrema-direita, pelas liberdades e pela justiça social".
"Estamos unidos para garantir que a nacionalidade, a cor de pele ou a religião não sejam fatores que determinem quem pode ou não trabalhar", afirmou Sophie Binet, secretária-geral da Confederação Sindical.
Em Paris, a marcha começou na Praça de Itália e segue em direção à Praça da Nação, com um forte dispositivo policial a acompanhar o percurso.
