Vários bairros dos arredores de Estocolmo foram hoje palco de motins, pela terceira noite consecutiva, com mais de 30 carros incendiados, janelas partidas e confrontos com a polícia sueca.
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Pelo menos oito pessoas foram detidas, informou a polícia de Estocolmo, ao constatar uma diminuição da intensidade dos confrontos, apesar de se terem alargado a mais subúrbios da capital sueca.
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Os motins começaram no domingo em Husby, a oeste da capital. No mesmo local, alguns dias antes um imigrante, de 69 anos foi morto a tiro pela polícia, no apartamento onde se tinha fechado com a companheira.
Os agentes policiais disseram ter disparado em legítima defesa, por ter sido ameaçada com um machado.
A polícia abriu uma investigação ao incidente, mas não evitou o recrudescimento dos distúrbios na noite seguinte e também que se estendessem a bairros próximos.
Os media suecos publicaram nos últimos dias acusações dos residentes de Husby contra a polícia, nas quais denunciam cargas policiais contra crianças e idosos e insultos racistas dos agentes, o que levou as autoridades a abrirem outra investigação interna.
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A associação 'Megafon', que trabalha com grupos de jovens imigrantes na zona, relacionou os motins com o racismo e com a sensação de abandono que se vive neste e em outros bairros, em que os índices de desemprego juvenil rondam os 20%, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.
Na terça-feira, o chefe da polícia local, Jorgen Karlsson, afirmou que «sete agentes ficaram ligeiramente feridos» nos motins, em que participaram entre 50 e 100 pessoas.
Perto de 300 pessoas saíram à rua na segunda-feira, o que «provavelmente foi mais do que no domingo», referiu Karlsson. «Sabemos que alguns deles vinham de outras zonas», sublinhou, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP.
Os empreendimentos de Husby foram construídos no início da década de 1970. Cerca de 12.000 pessoas residem no local e 80% são imigrantes ou filhos de imigrantes.
Em 2007, as autoridades lançaram um programa de reabilitação dos subúrbios desfavorecidos de Estocolmo, mas a taxa de desemprego dos jovens continua a ser uma das mais elevadas da Suécia.