O presidente timorense decidiu dissolver o Parlamento e convocar eleições para resolver o impasse político no país.
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Numa declaração ao país, o presidente timorense Francisco Guterres Lu-Olo explicou que Timor-Leste não pode continuar numa situação de grave crise institucional. O chefe de Estado criticou os políticos timorenses por terem virado costas uns aos outros e não terem sabido interpretar a vontade do povo.
Para já, não há data para as novas eleições. A lei prevê um período mínimo de dois meses desde o anúncio até à realização do ato eleitoral.
Na declaração, já publicada na página da Presidência, Francisco Guterres lembrou que "o povo não deu a maioria absoluta a nenhum dos partidos", o que interpreta como "um convite aos líderes dos partidos para se empenharem no aprofundamento da democracia". O presidente considera que a mensagem não foi devidamente interpretada, "em vez do diálogo sereno, no respeito pela vontade do povo, assistimos, ao virar de costas uns aos outros".
Francisco Guterres decidiu, por isso, convocar eleições para pôr fim ao que diz ser uma "grave crise institucional" e deixa um apelo ao voto nas próximas eleições.
"A independência, a democracia e a paz foram por nós conquistadas. Não vamos abrir mão das nossas conquista! Todos juntos vamos construir Timor-Leste, garantir a paz e o desenvolvimento para todos. (...) O Presidente conclama todo o Povo a Votar, em eleições parlamentares antecipadas. Vamos todos, Votar pelo reforço da democracia, pelo Estado de direito!".
Os líderes partidários já saudaram as eleições antecipadas, esperando que resolva o impasse político em Timor, que se arrasta há seis meses. O primeiro-ministro, Mari Alkatiri, ouvido pela agência Lusa, espera que seja o primeiro passo para um acordo no país.
Já o líder do Partido Democrático, Mariano sabino, garantiu que o executivo vai governar o país até às eleições, num momento difícil.
A oposição timorense saudou também a decisão de Francisco Guterres, enquanto o líder da Conferência episcopal, o bispo Basílio do Nascimento, falou da solução mais equilibrada e menos dolorosa.
Nas eleições de julho do ano passado, a Fretilin, liderada por Mari Alkatiri, venceu com uma vantagem de apenas mil votos em relação ao CNRT de Xanana Gusmão.